O ex-vereador e também ex-vice-prefeito de Candeias, Jairo Santos (PV), o Jarinho, convocou a imprensa neste domingo (26), para um café da manhã, com o objetivo de anunciar a pré-candidatura a prefeito da cidade no próximo ano. A reunião política ocorreu no restaurante Tiradentes, Centro da cidade.
Na oportunidade, Jarinho contou com a presença de ex-parlamentares, a exemplo de Irmão Gerson, Sobral, Milton Santana, Rosa e Marcos Vinicius. Além da empresária Marivete Machado – que mesmo sendo Presidente da CDL/Candeias, ressaltou que participava da reunião como pessoa física -, líderes comunitários, entre outros agentes políticos.
Jarinho começou seu discurso dando a seguinte afirmação: “Se eu não for candidato a Prefeito, não serei candidato a nada”. O motivo da afirmação, segundo o próprio, é acabar com a ideia que muitos fazem de concorrer a um cargo almejando outro. “Isso é não ser verdadeiro com o eleitor, não tenho nada contra com quem faz, mas eu estou afirmando que sou candidato a prefeito e nada mais”, garantiu.
Ainda em fala, Jarinho também destacou a importância dos líderes de bairros e associações, que segundo ele, esses agentes políticos estão passando pelo processo de desconsideração. “Muitas vezes esses líderes comunitários eram mais ouvidos que os próprios vereadores e hoje estão do jeito que estão. Então, essa é uma das bandeiras que defendo, que é justamente ouvir essas pessoas porque muitos deles contribuem, e muito, nas localidades que residem”, explicou.
Após fazer o discurso e passar a palavra para os demais presentes à mesa se pronunciarem, Jarinho foi sabatinado pela imprensa local, onde respondeu diversas perguntas à nível municipal, estadual e federal. Além do MNotícias, participaram da coletiva de imprensa os comunicadores: Jota Brito (Baiana FM), Tailan Henrique (Candeias FM), Sergio Maurício (Cidade em Foco News), Júnior França (Resenha) e Paulo Martins (Terra Nova FM).
Confira os principais trechos da coletiva
Candeias em Foco News – Qual a razão e motivo para se lançar candidato a prefeito de Candeias?
Jairo Santos – Eu penso que todos os prefeitos que passaram pela cidade merecem nosso respeito, mas alternância do poder ela precisa existir. Temos aí vários pré-candidatos e eu me vejo em plenas condições – não vou usar de falsa modéstia – vou me lançar candidato justamente por acreditar que essa alternância se faz necessário. Como vai ter alguns nomes, por que não colocar o meu? E antes que alguém me pergunte, me sinto plenamente preparado para isso, pois foi isso que fiz a vida toda.
Baiana FM – O senhor cansou de ser traído, como o senhor mesmo falou nesse café da manhã?
J.S – Vou continuar sendo direto como sempre fui e sem fugi de nenhuma pergunta. Sim, cansei! E agindo diferente de algumas pessoas que se decepcionaram com a política, acabam por abandonar a política. Eu não. Penso diferente, não é porque um outro me decepcionou que vou deixar de acreditar nas pessoas, tanto que estarei na disputa ano que vem.
BF – Não é só colocar o nome, mas você já tem projetos para o município, elaboração de plano de governo já que você lança seu nome?
JS – O primeiro projeto é trazer para perto de você pessoas com vasta experiência, como vocês puderam perceber aqui, para justamente fazer isso: tá discutindo os problemas da nossa cidade e não somente apontar os problemas e as falhas, mas trazer a forma e o jeito de resolvê-los. Isso é tranquilo, temos vários projetos, mas chegará o momento propício para a gente tá discutindo essas coisas.
Candeias FM – Você falou que se não fosse candidato a prefeito você recuaria. Mas se houvesse um convite para ser vice, continuaria recuando?
JS – Recuaria sim. A gente vê muito isso na política: algumas pessoas usarem desse expediente saindo candidato a um cargo mas na verdade almejando outro. Eu vejo isso como uma forma de não tá sendo verdadeiro com o eleitor, com os amigos, eu não me sentiria bem se eu tivesse me lançando aqui candidato a prefeito, pensando em ser vice ou outro cargo, por isso já deixei aqui tudo claro, e vocês estão registrando tudo.
M.Notícias – Hoje o senhor faz parte do Partido Verde (PV), sendo que tem o vereador e ex-presidente da Câmara, Silvio Correa como pré-candidato a prefeito. O senhor vai sair do partido por que não compactua com a forma política empregado por ele?
J.S – Não tem muito a ver com pactuar ou discordar da forma de governo. Silvio é meu amigo, fomos candidatos juntos, a questão de eu estar no partido hoje é só o fato de não ter encontrado outro partido. Uma coisa é certa: eu não fico no PV.
Terra Nova FM – Foi pensado ou foi uma coisa natural você resgatar essa turma das antigas nesse café da manhã?
JS – De certa forma foi pensado, mas foi pensado na seguinte maneira: o que eu falei e repito é que observei, e creio que vocês também têm observado na história é que essas pessoas contribuíram para o progresso e desenvolvimento da cidade. Foram ex-vereadores, ex-secretários, lideranças de distritos e bairros… Então essas pessoas devem estar inseridas novamente nesse contexto político, porque essa turma tem experiência.
TNfm – Houve uma polarização da campanha presidencial, essa coisa de esquerda/direita, Lula X Bolsonaro. Você seria o representante bolsonarista ou lulista aqui em Candeias?
JS – Se for por essa linha, eu sou o representante “jarista” (risos). Eu não tenho essa pretensão, mesmo porque pra um lado e para outro já têm essas pessoas. Mas sou daquele tipo que não desprezo e não vou rejeitar nenhum tipo de apoio, de forma alguma. Qualquer tipo de apoio que vier será bem-vindo e todos os compromissos serão honrados. Se tem uma mercadoria que está em falta no mundo político é a palavra. Por isso que sou muito claro, muito direto e não deixo de responder nenhuma pergunta, justamente para que as pessoas me enxerguem do jeito que eu sou.
CF – Na última eleição você apoiou Amiga Jú. Existe possibilidade de gerar uma chapa?
JS – Há possibilidade para tudo. Na política a gente não tá dizendo que sim ou que não. Mas o que estou dizendo aqui é que Jarinho é candidato a prefeito. Meu apoio a ela, faz parte do resgate histórico, já que viemos de partidos diferentes e naquele momento, ao meu ver, ela era o nome da cidade. Então eu não vi o porquê de não dá minha contribuição nesse sentido.
MN – O senhor deve escolher um partido voltado à esquerda (Jeronimo Rodrigues) ou à direita (ACM Neto)? E uma segunda pergunta: Como será seu discurso em campanha mediante daqueles que disseram que fizeram e dos estão fazendo, que é o caso do atual prefeito Drº Pitágoras?
JS – Primeiro eu preciso ter cuidado nessa escolha de partido, afinal preciso ter independência no município e vamos precisar alinhar isso melhor lá na frente. Em relação ao meu diálogo com pretensos candidatos é tranquilo. Não sou político que constrói paredes, eu sempre me defini como político que constrói pontes. Pontes com Antônia Magalhães, Sargento Francisco, Amiga Jú e com outros candidatos que possam aparecer. E meu discurso, ele será colocado no momento oportuno, mas não vejo dificuldade nenhuma de debater com aqueles que fizeram e nem com quem estar fazendo.
CFN – Qual será seu perfil de vice?
JS – Tem vice que é escolhido porque tem uma condição financeira para poder ajudar na campanha; tem vice que é escolhido porque ele tem um potencial político; tem vice que é escolhido por ter os dois; tem vice que é escolhido por não ter telhado de vidro. Então é muito difícil tá dizendo qual seria o perfil. Mas se eu fosse colocar, para não fugir da resposta, teria que ser um vice que honre seus compromissos; um vice que tenha o mesmo compromisso que eu tenho que é com o povo, ou seja, um vice que respeite o eleitor e comungue com esse sentimento de ajudar as pessoas.
Resenha de Notícias – Com quem você não sentaria de jeito nenhum?
JS – Pela minha característica, eu gosto de construir pontes, então quando você diz que não sentaria com “fulano” ou “sicrano” você já começa a fazer retaliações e política eu vejo como algo muito grande e nobre. Infelizmente ao longo da história, alguns políticos mancharam essa coisa de estar ou ser político, então pra mim é difícil dizer isso para você, já que é uma forma de retaliação, não me sinto bem tá retaliando ninguém.
CFN – A política é mutante (dinâmica), será que lá na frente, tudo pode mudar e você ser o candidato da máquina?
JS – Se isso acontecer acredito que seria candidatura única.