A Bahia teve um aumento de mais de 58% no número de doadores de múltiplos órgãos, entre julho e agosto de 2023, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Com isso, o número de doadores saltou de 12 para 19. Os indicativos são superiores aos três doadores múltiplos de órgãos que haviam sido registrados em janeiro de 2023. Ainda segundo a pasta, nos oito primeiros meses do ano, a Bahia totalizou 106 doadores de órgãos.
Apesar do número, a pasta estadual de Saúde revelou que houve aumento de mais de 58% no número de doadores, entre julho e agosto de 2023. Com isso, o número saltou de 12 para 19. Ainda segundo a pasta, nos oito primeiros meses do ano, a Bahia totalizou 106 doadores de múltiplos órgãos.
Na avaliação da pasta, o crescimento é resultado de uma série de investimentos em campanhas de sensibilização da sociedade, cursos e treinamentos para capacitar profissionais de saúde, além de incentivos financeiros para instituições filantrópicas e privadas que desempenham um papel crucial na realização de transplantes no estado.
“Nos últimos anos, o Governo da Bahia investiu mais de R$ 9,2 milhões em incentivo financeiro para instituições filantrópicas e privadas que realizam transplantes no Estado, além de campanhas de sensibilização da sociedade e treinamentos para a preparação de profissionais de saúde”, afirmou o subsecretário da Saúde da Bahia, Paulo Barbosa.
Fila de espera
Atualmente, o estado possui 2.979 pessoas na fila de espera por um órgão, conforme dados desta quarta-feira (27), da Sesab. Deste total, 1.706 pessoas estão esperando por um rim, seguidos 1.251 pessoas aguardando por transplante de córneas e por fim, existem 22 pessoas aguardando por transplante de fígado.
Já entre os transplantes realizados, a Sesab informou que 701 transplantes foram feitos entre janeiro e agosto de ano no Estado. Destes, 27 foram transplantes de fígado; 210 de rim; 362 de córnea e 102 de medula.
Negativa familiar
A pasta estadual também atualizou o taxa de negativa familiar para a doação no Estado, que está em 60%, conforme dados desta quarta. O percentual é o mesmo observado no mês de agosto.
“Nos primeiros oito meses de 2023, registramos uma redução da negativa familiar para cerca de 60%. A taxa ainda é alta, mas, quando comparada aos cerca de 70% de 2022, é uma diminuição considerável”, destacou o médico e coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, Eraldo Moura.
Um dos principais impeditivos para a realização de transplantes e para a diminuição da fila de espera é a resistência familiar em aprovar a doação de órgãos. De acordo com dados da Sesab, em 2022, as principais causas de recusa de doação de múltiplos órgãos foram: familiares não aceitarem aguardar o processo de captação (62), desejavam o corpo íntegro (51), e o fato da pessoa não ser doador em vida (45). Outros motivos destacados, foram a falta de consenso entre familiares (43), além de 37 casos em que a família foi contrária à doação.