A frente do Palácio da Justiça, sede do Supremo Tribunal argentino, foi tomada por manifestantes durante a tarde desta quarta-feira (27), em protesto contra o megadecreto anunciado pelo novo presidente Javier Milei. Foi o terceiro dia de manifestação em Buenos Aires desde que o ultradireitista assumiu o cargo de mandatário.
O protesto foi organizado pela central sindical CGT, a Confederação Geral do Trabalho da República Argentina. “O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) ditado pelo presidente Javier Milei subverte a ordem constitucional ao pretender legislar, atribuindo-se a soma do poder público e, assim como no seu discurso de posse, dar as costas ao Congresso”, diz um trecho do comunicado emitido pela entidade.
A central ainda afirmou que, nesta quinta-feira (28), os 62 sindicatos que compõem a entidade pretendem estabelecer um “plano de luta”, com a possibilidade de resultar em uma greve geral no país. Já Milei disse que as manifestações são feitas por pessoas que não admitiram a derrota nas últimas eleições e reforçou que, caso o Congresso anule o decreto, o governo convocará um plebiscito para insistir nas reformas propostas.
Megadecreto
O “megadecreto” em questão é o Decreto de Necessidade e Urgência que foi anunciado por Milei em rede nacional, no dia 20 de dezembro, direto da Casa Rosada. A medida permite a desregulação econômica do país, assim como estabelece emergência em revogar ou alterar mais de 300 leis. O texto também enfraquece o poder dos sindicatos, assim como o vínculo empregatício no país.