Os dois soldados da Polícia Militar (PM) envolvidos na operação que resultou na morte da menina GeovanaNogueira da Paixão, 11 anos, foram afastados das atividades operacionais até a conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM), que foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte da garota ocorrida na quarta-feira (24), na Comunidade Paz e Vida. A informação foi confirmada pelo Departamento de Comunicação Social (DCS) da corporação.
Os soldados integram o Setor de Inteligência da 48ª CIPM (Sussuarana). Eles prestaram depoimento na Corregedoria da PM logo após o fato, ocasião em que apresentaram as armas usadas na operação. As armas já foram encaminhadas para perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Os avós maternos de Geovana foram ouvidos na Corregedoria da PM no mesmo dia.
O caso também é investigado pela 2ª Delegacia de Homicídios (DH/ Central), do Departamento de Homicídios (DHPP), onde os soldados são aguardados para prestar depoimento na próxima terça-feira, 30, conforme informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil.
O corpo de Geovana foi enterrado no início da tarde desta sexta, 26, no Cemitério Municipal de Paripe, em meio a gritos por Justiça e pela extinção da PM. “Não acabou. Tem que acabar. Eu quero o fim da Polícia Militar”, gritaram os presentes, logo após o caixão ser colocado na cova. O sepultamento estava marcado para às 10h, mas o corpo só chegou ao cemitério às 12h15.
Geovana foi baleada quando saiu de casa para receber o avô Francisco Carlos Nogueira, que chegava à residência para ver os netos. A família dela diz que o tiro foi dado por um policial. Francisco completou 66 anos nesta quinta.
“Minha filha era uma criança, tinha um futuro todo pela frente”, afirmou o pai, Jorge Luís Santos da Paixão, 37, em tom de revolta. Depois, a revolta deu lugar à emoção. “Ela era tão linda, tão linda. Olhe como ela era linda. Ela era tão alegre”, disse o pai, aos prantos, ao passo que acariciava a foto de Geovana estampada em uma camiseta.
Patamo fez operação em Mata Escura e Santo Inácio (Foto: Divulgação | SSP)
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que policiais da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Batalhão de Choque reforçam, por tempo indeterminado, o policiamento na região dos bairros da Mata Escura e Santo Inácio. O reforço foi iniciado na manhã desta sexta.
O policiamento na região foi reforçado por policiais da Rondesp Central e do Pelotão Especial Tático Ostensivo (Peto) da 48ª CIPM no início da manhã de quinta-feira (25), após um ônibus ser incendiado na entrada da Comunidade Paz e Vida.
A SSP informou ainda que o reforço tem por intuito “capturar os autores do incêndio que são os mesmos responsáveis pela ação que terminou com uma garota de 11 anos atingida”. Nesta sexta, dois irmãos adolescentes foram apreendidos com droga em uma casa.
A PM afirma que Geovana foi baleada durante uma troca de tiros entre policiais e bandidos. A família da menina nega ter havido a troca de tiros.