Na Corte Internacional de Justiça (CIJ), nesta terça-feira (30), o México disse aos juízes que a invasão armada do Equador à embaixada em Quito violou o direito internacional. O caso está centrado na prisão do ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, condenado duas vezes por corrupção, que enfrenta novas acusações, e estava morando na embaixada mexicana desde dezembro. Ele foi detido em 5 de abril em uma operação da polícia equatoriana, logo após o México ter lhe concedido posição de asilado.
O México entrou com um processo na CIJ, a principal corte da ONU, poucos dias após a invasão, exigindo que a corte suspendesse o Equador das Nações Unidas, a menos e até que o país emitisse um pedido público de desculpas e oferecesse reparações pelos danos sofridos. Os casos da CIJ normalmente levam anos para chegar a um julgamento final e, embora suas decisões sejam legalmente vinculantes, o tribunal não tem meios de aplicá-las.
Na audiência desta terça, o México solicitou medidas emergenciais, incluindo a segurança da embaixada e de outras instalações diplomáticas no Equador e a permissão para que as autoridades mexicanas esvaziassem os edifícios diplomáticos e as residências particulares dos diplomatas no país. O Equador responderá às demandas do México por medidas emergenciais na terça-feira. Na segunda-feira (29), o Equador entrou com seu próprio processo contra o México na CIJ, também conhecida como Corte Mundial, argumentando que o México violou a lei internacional com sua decisão de conceder asilo a Glas.