A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos. O hacker Walter Delgatti, que executou o ataque, também foi condenado a 8 anos. Ambos respondem pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
O julgamento ocorre em plenário virtual e vai até 16 de maio. Nesse formato, os ministros apenas registram seus votos eletronicamente. Além da pena de prisão, Alexandre de Moraes determinou que Zambelli perca o mandato, o que só será efetivado após o fim dos recursos. Os dois também deverão pagar uma indenização conjunta de R$ 2 milhões.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Zambelli teve papel central no crime e foi a mentora da ação. Ela teria recrutado Delgatti com promessas de benefícios, para que ele invadisse o sistema do CNJ e adulterasse documentos. Um dos arquivos forjados incluía um mandado de prisão falso contra o próprio Moraes.
A denúncia destaca que Delgatti confessou os crimes, e que as invasões foram confirmadas por perícia. A PGR afirma que a intenção do ataque era desmoralizar o Judiciário e gerar ganhos políticos. Zambelli tornou-se ré no caso em maio de 2024, quando a denúncia foi aceita pelo STF.
