O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou a devolução de seu voto no julgamento do núcleo central da trama golpista para realizar uma nova revisão gramatical. O voto de Fux, que tem 429 páginas e foi lido em sessão por cerca de 13 horas, é o último que falta para a Secretaria Judiciária finalizar o acórdão, documento essencial para começar a contar o prazo de cinco dias para apresentação de embargos pelas defesas.
Segundo o gabinete do ministro, Fux foi um dos primeiros a entregar o voto redigido, mas pediu a retirada para ajustes. O julgamento resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, mas Fux foi o único ministro a votar contra sua condenação, alegando que não houve atos executórios que configurassem tentativa de golpe.
O atraso na publicação do acórdão pode adiar os próximos passos do processo penal, inclusive a prisão definitiva de Bolsonaro, que só poderá ocorrer após o julgamento dos embargos. O regimento interno do STF prevê prazo de 60 dias para a publicação do acórdão, ultrapassado esse prazo, a transcrição oral do voto pode ser utilizada.