O Ministério das Relações Exteriores do Brasil manifestou, na quinta-feira (12), sua preocupação com o avanço de Israel em uma zona desmilitarizada na Síria, após a queda do ditador Bashar al-Assad. As informações são do portal InfoMoney.
O governo brasileiro classificou a presença militar israelense na região como uma violação do Acordo de Desengajamento de 1974, que estabeleceu uma zona de separação entre os territórios ocupados por Israel e os sírios, onde estão posicionadas as forças de paz da ONU.
Em um comunicado oficial, o Itamaraty pediu que Israel respeite o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, e a soberania da Síria.
A crítica do Brasil alinha-se ao posicionamento da ONU, que também expressou preocupação com a situação. Na segunda-feira (9), Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o avanço israelense viola o acordo estabelecido em 1974.
Israel, por sua vez, defendeu sua presença militar na região como “temporária”, com o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, afirmando que a medida foi adotada por razões de segurança.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, garantiu que as ações do país não interferem nos “assuntos domésticos” da Síria, reafirmando o compromisso de Israel com o Acordo de Desengajamento.
As Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias em 1967, têm um papel estratégico na região, permitindo a visualização de partes da Síria e de Israel. A área é vital não apenas por sua posição geográfica, mas também por ser uma importante fonte de água que abastece o rio Jordão.