A perícia judicial que analisa o processo movido pelo Icasa contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) definiu que a entidade deverá pagar R$ 75 milhões ao clube cearense. O valor, que ainda pode ser contestado, se refere à indenização por danos materiais causados em 2013, quando um erro administrativo da CBF impediu o acesso do time à Série A do Campeonato Brasileiro.
De acordo com o presidente do clube, Celso Pontes, o laudo com o valor foi entregue à diretoria e será encaminhado à CBF, que ainda poderá contestar a quantia, embora a condenação já tenha sido confirmada de forma definitiva. A informação é do portal Diário do Nordeste.
Caso a entidade opte por recorrer, o pagamento pode demorar alguns meses para ser efetivado.
Processo se arrasta há mais de uma década
A indenização é resultado de um imbróglio que se arrasta desde 2013, quando o Icasa foi prejudicado pela escalação irregular do meia Luan Niezdzielski, então jogador do Figueirense, em uma partida contra o América-MG pela Série B.
O atleta estava suspenso, mas entrou em campo, colocando o clube catarinense em situação irregular.
Naquele ano, o Icasa terminou o campeonato um ponto atrás do Figueirense, que garantiu o quarto lugar — a última vaga para a elite do futebol nacional.
O time cearense acionou a justiça desportiva pedindo a perda de pontos do adversário, mas o caso acabou prescrevendo.
Anos depois, o clube recorreu à Justiça comum, que reconheceu o erro da CBF e determinou a indenização.
Parte do valor deve ser usada para quitar dívidas
Se o pagamento for confirmado, cerca de 30% do montante — equivalente a R$ 22,5 milhões — será destinado aos honorários advocatícios.
O restante do valor deverá ser depositado em uma conta judicial e utilizado também para o abatimento de dívidas trabalhistas acumuladas pelo clube nos últimos anos.
Apesar das deduções, a quantia ainda representa uma injeção financeira significativa para o Icasa, que atualmente disputa competições estaduais e busca se reerguer no cenário nacional.
Em setembro, após a decisão definitiva do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Sistema Verdes Mares procurou a CBF para comentar o caso, mas a entidade não se manifestou.



