O consumo das famílias brasileiras manteve-se em alta no mês de abril, com crescimento de 1,25% na comparação com março e de 2,63% em relação a abril de 2024. Os dados são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que também apontou uma inflação acumulada de 10,83% nos preços de alimentos nos últimos 12 meses.
Programas sociais e Páscoa impulsionam setor
De acordo com a Abras, o desempenho positivo do setor foi impulsionado por políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o auxílio gás, além do pagamento do abono do PIS/Pasep, que injetaram mais de R$ 14 bilhões na economia. A antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas do INSS, iniciada em abril, também teve influência nos resultados e deve impactar positivamente os números de maio, com um total de R$ 70 bilhões destinados aos beneficiários.
Apesar do avanço, o crescimento de abril foi mais modesto do que o registrado em março, quando o consumo teve alta expressiva de 6,96%. “Embora o crescimento de 1,25% em abril, influenciado pela sazonalidade da Páscoa, possa parecer modesto, ele ocorreu sobre uma base comparativa elevada”, avaliou o vice-presidente da Abras, Marcio Milan. Segundo ele, o consumo na semana da Páscoa cresceu 16,5%.
No acumulado do ano, o consumo nos lares brasileiros registra alta de 2,52%.
Inflação pesa no bolso e cestas sobem em todas as regiões
O índice da Abras também apontou alta nos preços da cesta de 35 produtos monitorados, que inclui alimentos, itens de limpeza e de higiene pessoal. Em abril, a variação foi de 0,82%, com o valor médio passando de R$ 812,54 para R$ 819,20. Em 12 meses, o aumento acumulado chega a 10,83%.
Entre os produtos que mais contribuíram para a alta no mês estão o café torrado e moído (+4,48%), o feijão (+2,38%) e o leite longa vida (+1,71%). Já itens como arroz (-4,19%), farinha de mandioca (-1,91%) e óleo de soja (-0,97%) apresentaram queda de preço.
Os hortifrutis puxaram a inflação para cima, com destaque para a batata (+18,29%), tomate (+14,32%) e cebola (+3,25%). No grupo das proteínas animais, os preços ficaram mais estáveis, com queda no valor dos ovos (-1,29%).
Produtos de higiene e limpeza também tiveram aumento, como o creme dental (+1,70%), xampu (+1,11%) e papel higiênico (+0,63%). Já entre os itens de limpeza doméstica, subiram os preços da água sanitária (+1,29%) e desinfetante (+0,84%), enquanto o detergente líquido caiu levemente (-0,07%).
Sul tem cesta mais cara; Norte e Centro-Oeste lideram em alta
A cesta mais cara do Brasil segue sendo a da Região Sul, que passou de R$ 896,55 em março para R$ 902,09 em abril. No entanto, as regiões com maior aumento relativo foram o Norte e o Centro-Oeste, com alta de 0,96% cada. No Norte, a cesta subiu de R$ 874,30 para R$ 882,70, e no Centro-Oeste, de R$ 767,57 para R$ 774,96.
No Nordeste, a alta foi de 0,78%, com o valor médio passando de R$ 723,43 para R$ 729,09. No Sudeste, a variação foi de 0,68%, com a cesta passando de R$ 831,96 para R$ 837,59.
Considerando apenas a cesta básica com 12 itens essenciais, o preço médio nacional subiu 0,32% em abril, indo de R$ 351,42 para R$ 352,55. Em 12 meses, essa cesta acumula alta de 13,38%.