Consumo das famílias via cartões eleva 57%; inadimplência cai a 5,5%

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Um levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) mostra que no quarto trimestre de 2023, 56,8% do consumo das famílias foi feito por meio de cartões. No mesmo período de 2022, o indicador era de 55,3%. A mesma pesquisa mostra que a inadimplência caiu para 5,5% entre pessoas físicas em janeiro deste ano, de 5,6% em dezembro de 2023. Ao fim de 2022, era 5,9%.

De acordo com a Asbec, o programa Desenrola contribuiu para a redução nos atrasos, assim como a desaceleração da inflação e dos juros. Como a perspectiva para 2024 é que este cenário avance ainda mais, a associação espera uma inadimplência ainda menor ao fim de 2024.

Tal cenário irá contribuir para um crescimento de entre 10% e 12% no volume transacionado via cartão de crédito. Para a Abecs, o crescimento deve ser puxado por um crescimento no consumo e nos limites concedidos, e não por mais emissões de cartões.

“Tivemos uma oferta de cartões muito grande nos últimos anos e, em 2023, bancos tomaram medidas para deixar sua carteira mais saudável. Este ano, eles serão ainda mais cirúrgicos [na concessão de crédito]”, disse Giancarlo Greco, presidente da Abecs.

Os meios eletrônicos de pagamento como um todo, o que inclui crédito, débito e pré-pago, devem crescer entre 8,5% e 10,5% neste ano, diz a Abecs, para a faixa de entre R$ 4,05 trilhões e R$ 4,12 trilhões.

Ainda segundo a entidade, o limite de 100% no teto do rotativo implementado pelo governo ao fim de 2023 não deve impactar o crescimento do crédito.

No entanto, a entidade trabalha em alternativas para diversificar as formas de pagamento do brasileiro. Segundo a Abecs, o objetivo é reduzir a inadimplência no parcelado sem juros —embora não haja estudos independentes que relacionem essa modalidade com a falta de pagamentos.

Crediário – Entre as opções em estudo está um novo crediário padronizado entre todas as bandeiras de cartão. Ele se assemelharia às linhas de parcelamento oferecidas por varejistas, de longo prazo, chegando a 60 vezes.

A Abecs, porém, ainda não esclareceu qual seria a faixa de juros praticada pela modalidade, que poderia ser acessada pelo cartão de crédito, sendo mais uma opção de pagamento disponível.

A entidade pretende apresentar a proposta ao Banco Central ainda neste mês. A autoridade segue conduzindo discussões com o setor sobre a redução do uso do parcelado sem juros.

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