Mesmo já prevista no contrato de concessão com a CCR, a tão esperada Estação Lauro de Freitas do metrô não deve sair do papel. O governo da Bahia avalia que não há demanda de longo prazo para que um modal de alta capacidade — como é o caso do sistema metroviário — seja instalado no local. Com isso, a gestão estadual passou a pensar em alternativas para a cidade.
A primeira opção pensada foi o BRT, modal que envolve a construção de vias exclusivas para ônibus. O sistema ligaria o metrô, na Estação Aeroporto, ao Terminal Rodoviário de Portão, através da Avenida Santos Dumont.
Nos estudos, porém, o governo identificou que a execução do BRT tiraria espaço para a circulação de veículos pequenos e individuais na Av. Santos Dumont, que já registra grandes congestionamentos, com a circulação de 100 mil carros por dia.
Para compensar a perda de espaço para veículos pequenos na avenida, seria necessário também a duplicação da Estrada do Trabalhador (Avenida Doutor Gerino de Souza Filho), que surgiria como uma segunda opção para os carros individuais.
Devido a essa duplicação voltada ao transporte individual, a contratação de estudos mais específicos para a instalação do BRT em Lauro de Freitas não obteve aprovação no novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Para o governo federal, os recursos do programa devem ser encaminhados prioritariamente para projetos que envolvam transporte coletivo de média e alta capacidades.
VLT
O governo de Jerônimo Rodrigues (PT), então, passou a considerar uma segunda opção: a instalação de um VLT na Av. Santos Dumont. A possibilidade foi, inclusive, sugerida pelo Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), elaborado pelo Ministério das Cidades, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o ENMU, a previsão é que, em 2054, a Av. Santos Dumont apresentará uma demanda de 127.820 passageiros/dia útil, com 5.921 passageiros/hora-pico, ainda abaixo da média de 6 mil passageiros/hora-pico que o contrato com a CCR exige para destravar a Estação Lauro de Freitas do metrô.
Não havendo demanda para um transporte de alta capacidade, como o metrô, restaria ao governo da Bahia, de acordo com o ENMU, apostar no VLT, um modal de média capacidade.
Com base no entendimento do ENMU, o governo Jerônimo, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), já se prepara para solicitar recursos federais para a elaboração de novos estudos, o que deve acontecer na próxima rodada do PAC.
Solução temporária
Enquanto estuda, elabora projetos e ainda não executa as obras do VLT de Lauro de Freitas, o governo da Bahia já trabalha para a implantação de uma solução temporária na Avenida Santos Dumont: trata-se do BRS, um sistema de transporte público que prioriza o deslocamento de ônibus, utilizando faixas exclusivas ou preferenciais, com o objetivo de reduzir o tempo de viagem.
O projeto apresentado ao novo PAC pela Sedur propõe a compra de 180 veículos elétricos e 120 veículos Euro 6, a serem utilizados na nova rede do Sistema de Transporte Coletivo Metropolitano.