Intercept: Procuradores desconfiavam de Moro e chamaram de ‘erro crasso’ ida para ministério

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Novas mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil mostram que procuradores da República lamentaram que o ex-juiz federal Sergio Moro tenha se entregado à vaidade ao aceitar o convite para ser ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Na visão deles, foi um “erro crasso” aceitar o convite logo depois de ter condenado o ex-presidente Lula (PT). Nas conversas, os integrantes da força-tarefa da Lava Jato dizem que Moro deu mais razão para quem o acusava de parcialidade e arriscou o “levado da lava jato”.

“Moro é inquisitivo, só manda para o MP quando quer corroborar suas ideias, decide sem pedido do MP [variasssss vezes] e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela lava jato”, afirmou  a procurador paulista Monique Cheker  no grupo.

Em conversa privada com Janice Ascari, Deltan reafirmou sua lealdade ao ex-juiz, mas não escondeu a preocupação com a repercussão negativa sobre a imparcialidade da operação.

“Jan, não sei qual sua posição sobre a saída do Moro pro MJ [Ministério da Justiça], mas temos uma preocupação sobre alegações de parcialidade que virão. Não acredito que tenham fundamento, mas tenho medo do corpo que isso possa tomar na opiniã pública. Na minha perspectiva pessoal, hoje, Moro e LJ  [Lava Jato] estão intimamente vinculados no imaginário social, então defender o Moro é defender a LJ e vice-versa. Ainda que eu tenha alguma ponderação pessoal sobre a saída dele, que fiz diretamente a ele, é algo que seria importante – se Vc concordar – defender… Quanto à delação do Palocci, tema em que podem entrar, expliquei essa questão na minha entrevista da Folha de umas semanas atrás, não sei se chegou a ver, então mando aqui… bjus”, disse Deltan, em conversa privada com a procuradora Janice Ascari.

Em outro grupo integrado por procuradores e assessores de imprensa da força-tarefa no Paraná, um dos jornalistas revela que o ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima “torcia” para que Moro recusasse o convite do presidente de extrema-direita: “CF mesmo, disse estar torcendo pra ele não aceitar”. “Creio que o que eu tinha para falar, já está falado. Agora é rezar para que ele não aceite”, prosseguiu Santos Lima, de acordo com o relato de seu assessor.

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