Dois anos após o atacante Vinícius Júnior sofrer ataques racistas durante uma partida do Campeonato Espanhol, a Justiça da Espanha decidiu condenar cinco torcedores do Real Valladolid, a um ano de prisão e a pagar multa de 1.620 euros (cerca de R$ 10 mil) pelos insultos proferidos em 30 de dezembro de 2022, durante o jogo contra o Real Madrid, no estádio José Zorrilla.
A sentença, considerada histórica, marca a primeira condenação criminal por racismo em estádios no país e ainda precisa ser homologada pelo Tribunal de Valladolid, o que deve acontecer na próxima terça-feira (21).
Os insultos ocorreram aos 43 minutos do segundo tempo, quando Vini Jr. deixava o campo. Segundo imagens registradas por diferentes emissoras, os torcedores gritaram “negro de merda” e imitaram sons de macaco, com “clara intenção de humilhar e ferir a dignidade do jogador por razões racistas”, conforme destacou o Ministério Público espanhol.
À época, Vinícius Júnior denunciou o caso nas redes sociais e cobrou ação das autoridades e da LaLiga diante da recorrência de episódios semelhantes. Apesar de ter direito, o jogador optou por não receber indenização, reforçando seu posicionamento contra a banalização do racismo. “Infelizmente, não é a primeira vez. Mas espero que seja uma das últimas. O racismo não pode continuar impune”, escreveu ele na ocasião.
Os cinco torcedores condenados assinaram um documento reconhecendo o caráter racista da agressão e pedindo desculpas públicas ao atleta.
O caso do Valladolid não foi um episódio isolado. Em fevereiro de 2025, Vini Jr. foi alvo de novos ataques racistas durante uma partida da Copa do Rei contra a Real Sociedad. Embora os autores não tenham sido identificados, a Justiça determinou a proibição de entrada nos estádios por um ano.
“A luta contra o racismo não é só minha, é de todos que acreditam na humanidade e na justiça”, afirmou o atacante, que tem se consolidado como uma das vozes mais firmes contra o racismo no futebol mundial.