O Liverpool tinha uma missão para lá de indigesta nesta terça-feira (7): reverter, dentro de seus domínios, o resultado de 3×0 construído pelo Barcelona há sete dias no jogo de ida da semifinal da Liga dos Campeões.
Para complicar ainda mais, o time do técnico Jürgen Klopp ainda tinha o desfalque de duas de suas maiores estrelas por conta de lesão: o brasileiro Roberto Firmino, que tem 16 gols e seis assistências no ano, e seu maior astro, Mohamed Salah – autor de 26 gols e 12 assistências.
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Sob os olhos de mais de 52 mil torcedores que fizeram do Anfield Road um verdadeiro caldeirão, o time buscou o impossível após vencer por 4×0 no tempo normal e garantir a vaga na segunda final consecutiva. Os donos da casa dizimaram o Barcelona com um segundo tempo que beirou a perfeição e escreveram nas páginas da história mais um capítulo gigantesco: tão grande e pesado quanto a camisa vermelha.
Os Reds abriram o placar bem cedo graças ao gol de Origi, que aproveitou rebote de Stegen aos sete minutos para marcar o seu segundo gol na temporada.
O gol serviu para duas coisas: inflamar ainda mais o Anfield Road e levar os níveis de tensão à estratosfera. Prova disso são as estatísticas de passes errados na primeira etapa: enquanto os visitantes e seu reconhecido estilo de precisão nos passes tinham 81% de acerto, o Liverpool chegou a ter 74% – algo incomum para as duas equipes.
Esses erros tinham justificativa: nenhum dos dois deixou de buscar o gol um segundo sequer, mas abusavam dos passes mais forçados buscando, de um lado, infiltrações para explorar a velocidade de Sadio Mané e do outro a frieza de Suárez e Messi. O brasileiro Phillipe Coutinho poderia ser uma outra alternativa blaugrana, mas não passava de um espectador de luxo no campo.
Em um desses lances a bola caiu no pé do argentino e ele descolou um passe que apenas sua própria genialidade consegue explicar. Jordi Alba entrou livre e tentou deslocar Alison, mas o brasileiro conseguiu abafar. Foi o último lance da primeira etapa.
Milagre
No segundo tempo, o Liverpool foi simplesmente avassalador. Apesar de ter o sido o Barcelona a construir a primeira chance de gol quando Messi, mais uma vez, achou um bolão para Suárez, e o uruguaio parou no goleiro brasileiro.
O Liverpool foi pra cima e conseguiu chegar de forma fatal. E em duas doses seguidas. Foi aos 8 minutos quando Arnold desceu pela direita e cruzou rasteiro para Wijnaldum chegar batendo com tudo e ampliar. Nem deu tempo do Barcelona se recuperar e o volante holandês conseguiu um outro gol ao subir de cabeça aproveitando cruzamento da esquerda.
O Barcelona sentiu muito o gol. E o Liverpool soube aproveitar: continuou agressivo, do jeito que reza a cartilha de Klopp e acreditou que poderia resolver ainda no tempo normal. Sem prorrogação, sem nada.
E conseguiu com requintes de crueldade: escanteio na direita e Arnold fez de conta que desistiu de cobrar. A zaga do Barça relaxou e o lateral de 19 anos foi malandro para cruzar rápido e rasteiro para Origi completar o delírio em Anfield.
É finalista da Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo. Dessa vez, mais favorito do que nunca.
O time aguarda o adversário da final, que sairá nesta quarta-feira (8). No primeiro jogo, o Ajax venceu o Tottenham fora de casa por 1×0.
*Com supervisão do subeditor Miro Palma
Fonte: Correio24horas