A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quarta-feira (23) para o agravamento da desnutrição em Gaza, que já resultou na morte de 21 crianças menores de cinco anos desde o início de 2025. Segundo a entidade, os centros de atendimento estão superlotados e sem suprimentos adequados para alimentação de emergência.
O cenário se deteriorou após Israel cortar os suprimentos para o território em março e impor restrições mesmo após suspender parcialmente o bloqueio em maio. A justificativa israelense é evitar o desvio de ajuda para grupos militantes, mas organizações humanitárias afirmam que apenas uma fração do necessário tem chegado à população.
“Os 2,1 milhões de pessoas na zona de guerra que é Gaza estão enfrentando mais um assassino além das bombas e balas: a fome. Agora estamos testemunhando um aumento mortal de doenças relacionadas à desnutrição”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo Tedros, a agência não conseguiu entregar alimentos por quase 80 dias entre março e maio, e, mesmo com a retomada parcial das entregas, o volume segue insuficiente diante da crise humanitária.