O Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital Municipal de Salvador (HMS) completa, neste sábado (30), o primeiro ano de funcionamento, colecionando dezenas de procedimentos realizados. Essa iniciativa tem registrado progresso contínuo e já é uma das mais promissoras da rede pública brasileira. Para incrementar o serviço, o HMS, gerido pela Santa Casa de Misericórdia da Bahia, montou todo o fluxo interno para atendimento integral ao paciente.
O Serviço de Cirurgia Bariátrica no HMS vai além da intervenção cirúrgica, feita de acordo com padrões internacionais de elegibilidade. Compreende assistência multidisciplinar com equipe de cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas e psicólogas.
“O Hospital Municipal de Salvador tem uma das melhores estruturas do país para realização desse procedimento”, assegura o secretário municipal da Saúde, Leo Prates.
Mensalmente são realizadas 20 cirurgias para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), encaminhados pela Central de Regulação Municipal. Após a realização do procedimento, o paciente continua sendo monitorado pelos mesmos profissionais da equipe multidisciplinar e realiza exames laboratoriais e complementares necessários.
Recuperação
Além da perda de peso, a cirurgia bariátrica costuma ajudar a pessoa na recuperação da própria saúde, em relação às condições médicas normalmente associadas ao excesso de peso, como a diabetes e a hipertensão arterial.
Na avaliação do cirurgião bariátrico e coordenador do serviço, Creilson Almeida de Campos, o HMS segue as regras estabelecidas pelas autoridades públicas de saúde e está contribuindo para o controle de um grave problema de saúde pública, a obesidade.
“É gratificante participar de uma iniciativa realizada com muita dedicação e seriedade por toda a equipe, que não tem poupado esforços para permitir um quantitativo expressivo de pessoas vivendo com mais saúde e qualidade de vida”, afirmou o especialista.
Além de Creilson Almeida, a equipe multiprofissional do Serviço de Cirurgia Bariátrica do HMS é integrada pelos médicos Bruno Varjão, Fernando Zacarias e Priscila Siebra (cirurgiões), Aline Pereira e Heckel Brasil (endocrinologistas), pela psicóloga Liana Amorim e pela nutricionista Daniela Magalhães.
Processo
Todo atendimento voltado para a realização do ato cirúrgico deve ser indicado previamente através de atendimento na rede básica. O paciente com indicação para o procedimento passa antes por uma equipe multidisciplinar, a fim de constatar se reúne todos os critérios necessários para realização da cirurgia. Em caso afirmativo, começa a preparação para a realização de exames pré-operatórios.
“Em seguida, o paciente passa por etapas, que duram cerca de seis a oito semanas, envolvendo dieta pré-operatória, a fim de reduzir o peso corporal para que a cirurgia seja realizada com segurança, além de iniciar uma reeducação alimentar para essas pessoas. Neste período, o indivíduo segue em acompanhamento pela equipe multidisciplinar”, destaca Campos.
Após este período, e por indicação da equipe, o paciente tem o procedimento agendado. A cirurgia dura cerca de 90 minutos, através de videolaparoscopia, com pequenas inserções em locais pontuais, e sem “abrir” o ventre do paciente.
A atividade é realizada por equipes experientes e com a utilização de equipamentos de primeira linha. O acompanhamento pós-operatório dura cerca de seis meses, ainda sob orientação da equipe multidisciplinar do HMS.
“A obesidade é uma doença e precisa ser tratada corretamente. O paciente que passa pelo procedimento reduz ou evita males como diabetes, asma, apneia do sono e vários tipos de câncer. A cirurgia reduz o índice de doenças crônicas, melhorando a vida do indivíduo em qualidade e quantidade”, completa Creilson Campos.