Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, calculado pelo IBGE, registrou -0,04% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O índice de junho na RMS mostrou uma desaceleração significativa em relação a maio, quando foi de 0,58%. Foi uma das três deflações registradas no mês entre as 16 áreas pesquisadas pelo IBGE, embora ainda acima do -0,23% registrado em junho de 2023.
No Brasil, o IPCA de junho foi de 0,21%. Na RMS, o índice foi superior apenas aos das regiões metropolitanas de Recife/PE (-0,09%) e Porto Alegre/RS (-0,14%). Por outro lado, as maiores inflações ocorreram em Goiânia/GO (0,50%), na RM Belo Horizonte/MG (0,46%) e em Rio Branco/AC (0,34%).
Com o resultado de junho, o IPCA da RMS acumula uma alta de 2,46% no primeiro semestre de 2024, ligeiramente abaixo do índice nacional de 2,48%, sendo o sétimo entre os 16 locais pesquisados. Esse valor também é inferior ao registrado no mesmo período de 2023 (3,00%) e representa a menor inflação para um primeiro semestre na RMS desde 2020, quando o acumulado foi de 0,72%.
Nos 12 meses encerrados em junho, a inflação na RMS acumulou uma alta de 3,95%, acima dos 3,73% registrados até maio e superior ao índice do mesmo período de 2023, que foi de 2,70%. Ainda assim, este valor está abaixo do acumulado nacional de 4,23%, sendo o quarto menor entre os locais pesquisados.
A leve deflação de junho na Região Metropolitana de Salvador (-0,04%) resultou de quedas nos preços em cinco dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, além da estabilidade (0,00%) nos preços de alimentação e bebidas.
O grupo habitação apresentou o maior recuo (-0,62%) e foi o principal responsável pela deflação no índice geral do mês, devido principalmente à queda nos preços da energia elétrica residencial (-1,55%) e do gás de botijão (-0,87%).
No primeiro semestre de 2024, a energia elétrica acumulou uma deflação de -6,43%, enquanto o gás de botijão teve uma alta de 4,01%.
O grupo comunicação teve o segundo maior recuo (-0,14%), influenciado pela queda nos preços dos aparelhos telefônicos (-0,97%). O grupo transporte, com um recuo menor (-0,02%), também contribuiu para a deflação, principalmente devido à queda nas passagens aéreas (-9,81%), que tiveram a maior deflação acumulada no primeiro semestre de 2024 (-50,19%).
Em junho, os preços das passagens aéreas só caíram menos do que os do coentro (-10,58%), tomate (-10,57%) e cenoura (-10,15%). Estes produtos ajudaram a estabilizar os preços dos alimentos, que ficaram estáveis após seis meses de aumentos consecutivos.
Dos dez produtos ou serviços cujos preços mais caíram em junho na RMS, nove eram alimentos. Por outro lado, sete dos dez itens que mais aumentaram também eram alimentos, com destaque para a manga (24,81%) e a batata-inglesa (24,48%).
Os grupos saúde e cuidados pessoais (0,31%) e vestuário (0,26%) tiveram os maiores aumentos médios de preços em junho na RMS, impulsionados pelo perfume (4,43%) e pelos vestidos (3,16%), respectivamente, evitando uma deflação mais intensa.
Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Região Metropolitana de Salvador também apresentou deflação (-0,12%), com uma queda de preços mais acentuada do que a do IPCA (-0,04%). O INPC mede a inflação para as famílias com menores rendimentos.
Assim como o IPCA, o INPC da RMS teve uma queda significativa em comparação com maio (0,59%), sendo o segundo menor índice do país, bem abaixo do resultado nacional (0,25%).
No primeiro semestre de 2024, o INPC da RMS acumulou uma alta de 2,45%, inferior ao índice nacional de 2,68%. Nos 12 meses encerrados em junho, acumulou 3,49%, também abaixo do nacional de 3,70%.