O município de São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, recebe na próxima sexta-feira (30), a tocha simbólica das comemorações do Dois de Julho, data em que é celebrada a Independência do Brasil na Bahia. O evento cívico acontece às 16h, na Praça da Independência, em frente ao prédio da prefeitura do município. O fogo simbólico representa a história luta dos povos baianos pela independência da Bahia.
A pira simbólica é conduzida por soldados do exército e atletas dos municípios baianos. Saindo de São Francisco do Conde, a tocha passa ainda pelas cidades de Candeias e Simões Filho, até chegar ao bairro de Pirajá em Salvador, onde será sediado as comemorações dos 194 anos da independência do Brasil, na Bahia.
História da Independência
Os movimentos de insatisfação com a condição de colônia e reino que o Brasil mantinha ao longo de sua história começaram a ser deflagrados em 1817. Mesmo com a brutal repressão ao movimento de Conjuração dos Alfaiates e com a chamada Revolução de 1817, uma nova onda revolucionária surgia em Portugal, e, em 1821, a revolução constitucionalista chegava ao Brasil. Dela resultou a decisão de incluir deputados brasileiros para representar a colônia nas discussões da futura Carta Constitucional. Foram eleitos no dia 03 de setembro de 1821 quatro baianos: José Lino Coutinho, Cipriano Barata, Domingos Borges de Barros e o padre Francisco Agostinho Gomes.
Ainda assim, as insatisfações com a condição de colônia não sanaram e levaram o príncipe regente D. Pedro a negar obediência à Corte de Lisboa em janeiro de 1822, tornando-se assim ponto de apoio e união para o movimento pela independência. Porém, para controlar e dominar toda a região, o príncipe regente substituiu oficiais brasileiros por portugueses no comando das armas. Para a Bahia foi designado o brigadeiro Inácio Madeira de Melo. Apontando incorreções no decreto de nomeação do brigadeiro, a Câmara recusou-o, negando-se dar posse ao novo comandante. A partir daí, houve choque entre portugueses e brasileiros. Os soldados lusos tomaram a cidade e praticaram muitos absurdos, como a invasão do Convento da Lapa, ocasião em que assassinaram a madre Joana Angélica, que defendeu a porta da clausura.
Os baianos não aceitaram a perda da cidade, e começou então um período de intensa guerrilha urbana, culminando com um grande cerco a Salvador, no dia 02 de julho, data em que se comemora a Independência da Bahia.