A Bahia teve, em 2016, o maior número de mortes violentas intencionais no país. De acordo com o 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No ano passado, o estado registrou 7.110 mortes – ou seja, uma a cada 75 minutos. O Rio de Janeiro, o segundo colocado, teve 6.262.
O número de mortes violentas intencionais inclui casos de homicídio doloso, de lesão corporal seguida por morte e latrocínio (roubo seguido de morte), além do índice de policiais civis e militares e mortos e de mortes decorrentes de intervenção policial. A Bahia é a primeira justamente no índice de homicídios – eles corresponderam a 6,3 mil do total de mortes violentas no ano passado.
O estudo compara, ainda, os números de 2015 e 2016 – de um ano para o outro, a variação da taxa de mortes violentas no estado aumentou 12,8%. Foi o quinto estado onde a taxa mais cresceu. Amapá, o que tem os maiores índices, apresentou uma variação de 52,1%. Na contramão, o Amazonas foi o estado onde a taxa mais caiu de um ano para o outro: a queda foi de 19,9%.
Além dos homicídios dolosos, a Bahia registrou 211 latrocínios em 2016 – quatro a mais do que em 2015. Assim, em números absolutos, fica atrás do Rio de Janeiro (com 239) e do Pará (com 224). Os casos de lesão corporal seguidos por morte, por aqui, foram 114 – atrás do Rio Grande do Norte, que registrou 118.
As mortes em decorrência de intervenção policial também aumentaram: foram 354 em 2015 e passaram a 457 no ano passado. Isso fez com que a Bahia ficasse atrás somente do Rio de Janeiro, com 925, e de São Paulo, com 856. Ao todo, a taxa de mortes violentas internacionais é de 46,5 para cada 100 mil habitantes.
A organização do Anuário classificou, ainda, os estados de acordo com a qualidade estimada dos registros estatísticos oficiais. As unidades da federação foram divididas, inicialmente, em três grupos: aqueles com maior qualidade de informação, os com qualidade ‘intermediária’ e os com menor qualidade. A Bahia foi o único estado categorizado no chamado ‘grupo 4’: que, segundo o estudo, significa que optou por não responder o questionário enviado pela pesquisa; assim, os organizadores não classificam a qualidade dos dados informados.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-BA) foi procurada pelo CORREIO, mas não emitiu posicionamento oficial até a publicação.