O soldado Vinicius de Lima Britto teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta quinta-feira (5), atendendo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, pelo homicídio qualificado de Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, morto com 11 tiros pelas costas no início de novembro.
Conforme a denúncia, o policial já esteve envolvido em outras três mortes em circunstâncias semelhantes durante seus dez meses de serviço. O promotor do caso, Rodolfo Justino Morais, afirma que a prisão preventiva foi solicitada devido à “alta periculosidade” de Britto e ao risco de que sua liberdade permita intimidações a testemunhas cujos depoimentos contradizem sua versão dos fatos.
O policial alegou legítima defesa, no entanto, imagens do local mostram que ele era o único armado no momento do crime. A arma utilizada pertencia à Polícia Militar, o que, segundo a promotoria, ainda evidencia o “desvirtuamento da função pública” por parte do acusado.
Violência policial em SP
O caso faz parte de uma série de denúncias de abuso envolvendo policiais militares na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). De acordo com especialistas, atirar pelas costas em um suspeito desarmado desrespeita os protocolos de treinamento da corporação e é ilegal.
Gabriel Soares havia furtado quatro pacotes de sabão de um supermercado na avenida Cupecê e fugiu. Ao escorregar em um pedaço de papelão em frente ao mercado, ele foi atingido pelos disparos do policial, que estava à paisana no estabelecimento.