STF nega soltura de Moreira Franco e não avalia ida de caso à Justiça Eleitoral

Date:

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello negou na noite desta sexta (22) um pedido de soltura formulado pela defesa do ex-ministro Moreira Franco (MDB-RJ). Os advogados haviam alegado que a ordem de prisão, do juiz federal do Rio Marcelo Bretas, deveria ser suspensa, e a investigação, remetida para a Justiça Eleitoral.

Marco Aurélio entendeu que o instrumento utilizado pela defesa -um requerimento dentro de um inquérito que tramita no Supremo sob sua relatoria- não era apropriado para o pleito. O pedido de envio do caso para a Justiça Eleitoral não chegou sequer a ser apreciado.

“Observem a organicidade do Direito. O inquérito é subjetivo [sobre o deputado Pedro Paulo], ou seja, possui balizas próprias considerados os envolvidos, circunstância a demonstrar a impropriedade da via eleita”, escreveu o ministro.

“Descabe valer-se de simples requerimento, em razão de decisão proferida pelo Juízo da 7ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, como sucedâneo [substituto] de habeas corpus, cuja admissão implicará, em última análise, queima de etapas”, afirmou na decisão.

Os advogados de Moreira Franco, preso nesta quinta-feira (21) junto com o ex-presidente Michel Temer, pediram ao STF a revogação da prisão preventiva e a suspensão dos atos de Bretas sob o argumento de que o processo deveria estar na Justiça Eleitoral.

O pedido se baseava na decisão do plenário do STF que, na semana passada, consolidou o entendimento de que crimes de corrupção e lavagem associados a caixa dois devem ser processados na Justiça Eleitoral, e não na Federal. Marco Aurélio é o relator do inquérito que levou essa discussão ao plenário da corte.

“Como se vê, Excelência, a decisão [de Bretas] é, sem sombra de dúvidas, uma forma de desafiar a decisão proferida pelo Plenário deste Supremo Tribunal Federal. Decisões com tamanha ilegalidade nos trazem à mais dura, prosaica e miserável realidade: há um incomensurável abuso. E a autoridade das decisões deste Supremo é questionada”, alegaram.

Moreira Franco e Temer são suspeitos de ganhar propina da Engevix relacionada a contratos para a construção da usina de Angra 3, no Rio.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Share post:

Subscribe

spot_imgspot_img

Popular

More like this
Related

Candeias: Câmara debate reforma da Lei Orgânica, RI e criação de Comissão

  Os vereadores e vereadoras de Candeias debatem nesta terça-feira,...

Governo libera último lote de pagamento do PIS/Pasep

  O último lote do PIS/Pasep foi liberado pelo Ministério...

Salvador: SIMM e SIMM Mulher têm mais de 100 vagas nesta terça, 19

  O SIMM (Serviço Municipal de Intermediação de Mão de...

Chefes de Estado aprovam declaração final com consenso no G20

  Os líderes do G20 aprovaram em consenso a declaração...