Os policiais militares envolvidos no caso do artista plástico Arnaldo dos Santos Filho, o Nadinho, passarão a responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (5), pelos familiares do artista.
A denúncia movida pelo Ministério Público estadual foi desqualificada de homicídio doloso (quando há intenção de matar) para culposo, em decisão proferida pela Vara Crime, Juri, Execuções Penais da Comarca de Candeias, nessa quinta-feira (4). A decisão determinou também que os autos da ação penal sejam encaminhados para Vara de Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.
Em entrevista à Rádio Baiana FM, a filha de Nadinho, Maraísa Marinho, informou que irá recorrer da decisão. “Queria entender onde foi o crime doloso foi desclassificado para culposo sendo que meu pai recebeu o tiro pelas costas. os policiais foram avisados que ali morava uma pessoa de bem e que ali não tinha tido nenhuma ação diferente naquela rua, mas, mesmo assim, eles continuaram, e ainda, pior, eles, implantaram uma arma (sic)”, disse Maraísa.
O artista foi morto em 21 abril do ano passado, dentro do seu ateliê, em uma operação policial. Inicialmente, os três policiais militares foram indiciados por homicídio doloso em a operação que resultou na morte de Nadinho.
De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar da Bahia, os militares são alvos de um inquérito instaurado em junho do ano passado. O órgão alegou ainda que a versão apresentada pelos PMs no momento do crime é de que o artista plástico estaria portando um objeto não identificado, semelhante a uma arma, que resultou no confronto dos agentes que efetuaram os disparos. A família alega que Nadinho nunca portou arma de fogo e o único objeto que apresentava no momento da ação foi um pincel.