Cogitado como um nome possível para assumir a Presidência da República caso Michel Temer renuncie ou tenha que deixar o cargo, o ex-ministro Nelson Jobim vem participando das articulações em torno da sucessão, mas nega ser pré-candidato para substituir o peemedebista. Em entrevista à revista Piauí, Jobim citou entre os motivos seria a sociedade do banco BTG Pactual, da qual faz parte. Em evento promovido pela instituição financeira na última quinta-feira (18) em São Paulo, Jobim buscou a manifestação do economista-chefe, Eduardo Loyo, que chegou a afirmar que o “liberava”. Outra justificativa seria a oposição de sua mulher, Adrienne de Senna, ex-presidente do Conselho de Controle das Atividades Financeiras, o Coaf. Nos bastidores, o fundador e controlador do BTG, André Esteves, já se manifestou contrário à entrada do sócio na disputa, que levaria de novo o banco e seu nome para o âmbito da Lava Jato. Esteves ficou preso por 24 dias na penitenciária de Bangu, no Rio de Janeiro em 2015, e ainda é alvo de processos na Justiça. Há rumores de que o banqueiro esteja fechando sua delação premiada – ele nega, mas a eventual colaboração seria prejudicada caso Jobim fosse alçado aos holofotes. Ainda no contexto da Lava Jato, Jobim elaborou pareceres orientando a defesa de empreiteiras e chegou a depor como testemunha a favor do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, antes mesmo do executivo cogitar tornar-se delator. No almoço com o mercado financeiro, no entanto, Jobim avaliou que Temer não deve renunciar e apostou na cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na sequência, sugeriu, deveria assumir um nome que tenha consenso político – alguns dos presentes interpretaram que ele mencionava a si mesmo.