Um morador de Conselheiro Lafaiete, na região central de Minas Gerais, foi preso nesta segunda-feira, 22, em Salvador suspeito de gastar recursos arrecadados em campanha feita pelas redes sociais para o tratamento do filho de um ano e sete meses, que tem atrofia muscular espinhal (AME). A Polícia Civil afirma que a campanha resultou em montante próximo a R$ 1 milhão. O caso é investigado como estelionato.
A Polícia Civil, há cerca de uma semana, recebeu informações de que o pai da criança, Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, estava na capital baiana “gastando o dinheiro de maneira indevida”. A corporação diz ter confirmado que o filho de Alves realmente tem a doença.
Segundo os pedidos por recursos feitos pela internet, o filho de Alves foi diagnosticado com a doença aos cinco meses de vida. A atrofia muscular espinhal é degenerativa. O tratamento é feito com o medicamento Spinraza – considerado um dos mais caros do mundo – com pelo menos seis doses por ano, inicialmente. Cada dose custa cerca de R$ 300 mil. Novas avaliações são necessárias para o volume do medicamento a ser ministrado na sequência.
Em abril deste ano, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assinou portaria incluindo o Spinraza para fornecimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A expectativa, porém, é que o medicamento, que é importado, só esteja disponível na rede em outubro, conforme informado à época da assinatura da portaria, e confirmado nesta segunda pelo Ministério da Saúde.