Petrobras demite executivo que vendeu ações antes de divulgação de balanço

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O gerente executivo de Recursos Humanos da Petrobras Cláudio Costa foi demitido por descumprir proibição de negociar ações da empresa em um período de 15 dias antes da divulgação das demonstrações financeiras, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Durante o dia, Costa foi denunciado por sindicatos de ter feito uso de informação privilegiada em operações no mercado financeiro, mas a Petrobras se recusava a informar o motivo da demissão. Em comunicado enviado no início da tarde de segunda-feira à Folha, disse apenas que ele havia sido demitido e “não houve justa causa”.

À noite, porém, a empresa divulgou novo comunicado revelando a razão de seu desligamento. O texto não fala sobre as acusações, afirmando apenas que ele atuou, “em episódio pontual”, em desacordo com política interna de divulgação de fato relevante e negociação de valores mobiliários.

Segundo a estatal, essa política “veda a negociação de valores mobiliários de emissão da Petrobras por pessoas vinculadas nos 15 dias que antecedem a divulgação das demonstrações financeiras da companhia”.

De acordo com a Folha, o balanço foi divulgado no dia 24 de fevereiro, cinco dias depois do anúncio da troca de comando na estatal, que levou a companhia a perder R$ 102,5 bilhões em valor de mercado em apenas dois dias. A estatal não informou se a venda foi feita antes ou depois da queda das ações.

A reportagem não conseguiu contato com Cláudio Costa.

A saída de Castello Branco foi confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no dia 19 de fevereiro. No dia anterior, ele já havia sinalizado mudanças no comando da estatal em sua live semanal no Facebook.

Ainda conforme a reportagem, a maneira como o assunto foi tratado pelo presidente é alvo de quatro investigações na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), uma delas sobre o uso de informações privilegiadas em operações com opções de venda de ações da companhia, feitas logo após reunião ministerial que selou o destino de Castello Branco.

A CVM ainda não informou se as operações atípicas, de fato, tiveram uso de informação privilegiada nem o nome do investidor que fez a ordem de compra das opções. Até o momento, só se sabe que os negócios foram feitos pela corretora Tullet Prebon.

Costa assumiu o cargo em janeiro de 2019, convidado por Roberto Castello Branco, que assumiu o comando da Petrobras no início daquele ano por indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes. Antes, havia trabalhado na TAM, na Ecorodovias e na Prefeitura de São Paulo, entre 2017 e 2018.

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