O líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, desembarcou no Cairo nesta quarta-feira (20) para conversas com oficiais egípcios que vêm mediando negociações com Israel sobre um possível cessar-fogo na Faixa de Gaza. Esta é a segunda vez que Haniyeh, que mora no Qatar, visita o Egito desde o início da guerra. Ele iria se reunir com o chefe de inteligência egípcio, Abbas Kamel.
Um dirigente do Hamas afirmou, contudo, que “um cessar-fogo total e a retirada do Exército de ocupação israelense de Gaza são condições necessárias para qualquer troca” entre reféns israelenses e prisioneiros palestinos.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, declarou na terça-feira (19) que o país está “preparado para outra pausa humanitária e uma ajuda humanitária adicional para facilitar a libertação de reféns”. Já o primeiro-ministro do país, Binyamin Netanyahu, descartou qualquer possibilidade de cessar-fogo sem primeiro ter conseguido “a eliminação” do Hamas.
O número de palestinos mortos na guerra até aqui já passa de 20 mil, segundo autoridades da Faixa de Gaza, que é governada pelo Hamas desde 2007 sob cerco israelense e egípcio. A cifra inclui cerca de 8.000 menores de idade e 6.000 mulheres mortos em operações e bombardeios do Exército israelense —outros milhares seguem desaparecidos sob os escombros, e há mais de 50 mil feridos.
Egito e Qatar foram intermediários da única trégua entre o Hamas e Israel até aqui, no fim de novembro. Na ocasião, foram libertadas 105 pessoas mantidas como reféns em Gaza em troca da soltura de 240 mulheres e menores de idade palestinos encarcerados por Israel.
Quase 250 pessoas foram tomadas como reféns nos ataques terroristas do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, e 129 delas continuam em Gaza, segundo o governo de Israel. Ao todo, cerca de 1.200 pessoas morreram nos atentados, ainda de acordo com as autoridades de Tel Aviv.