A inflação mensal da Argentina atingiu seu menor nível desde o início de 2022, após o presidente Javier Milei adiar temporariamente sua política econômica de choque, postergando aumentos nas tarifas de serviços públicos.
Os preços ao consumidor subiram 4% em julho em comparação ao mês anterior, alinhando-se à previsão mediana de 4% dos economistas consultados pela Bloomberg. A inflação anual desacelerou para 263,4%, conforme dados do governo divulgados nesta quarta-feira (14).
No mês passado, o governo argentino adiou os aumentos nos impostos sobre combustíveis e nas tarifas de serviços públicos, que, segundo previsão do JPMorgan Chase, poderiam ter acrescentado 1,2 pontos percentuais à inflação mensal. A administração de Milei também manteve inalteradas as tarifas de ônibus e trens, embora tenha programado a retomada dos aumentos nos transportes e utilidades para agosto.
Em discurso, o presidente da Argentina declarou que o processo de recuperação está sendo realizado sem expropriações ou controles de preços, e reafirmou que não pretende desvalorizar o peso em detrimento da população.
“As tarifas de energia são um equilíbrio delicado entre a redução de subsídios e a inflação”, disse o ministro da Economia, Luis Caputo, em uma entrevista de rádio no mês passado. “A prioridade é reduzir a inflação.”
O governo também resistiu aos pedidos para acelerar a desvalorização mensal de 2% da taxa oficial do peso, apesar das evidências de que a moeda está sobrevalorizada. O ajuste gradual é considerado crucial para manter a inflação sob controle, juntamente com os superávits orçamentários consistentes do governo.
A inflação mais baixa representa mais uma vitória para Milei, em meio à intensa cobertura de um escândalo de abuso doméstico envolvendo o partido de oposição de esquerda.