Mais de 8 mil farmácias foram excluídas do programa Farmácia Popular por envolvimento em irregularidades que resultaram no desvio de R$ 40 milhões em recursos públicos. A informação foi confirmada por Rafael Bruxelas Parra, diretor do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS), ao G1, nesta terça-feira (22).
A investigação, conduzida pela Polícia Federal, aponta que criminosos usaram CPFs e endereços de pessoas inocentes para registrar compras de medicamentos. Além disso, farmácias reais e de fachada eram operadas por “laranjas” com o objetivo de fraudar o sistema. Segundo a PF, foram usados quase 160 mil CPFs e 148 farmácias envolvidas nas ações criminosas.
Os primeiros indícios do esquema surgiram após apreensões de drogas em Luziânia (GO). As apurações se expandiram para outros estados: Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul. De acordo com a PF, o esquema servia também para lavagem de dinheiro do tráfico e financiamento da compra de cocaína no Peru e na Bolívia.
“O programa permanece, como eu disse, tem mais de 20 anos, é um programa de muito sucesso, que atende a milhões de brasileiros, e que assim como todo o serviço público, precisa de constante aprimoramento, vigilância, controle de todas as facetas que permeiam as iniciativas do poder público”, afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.