BC prevê novo leilão de dólares de até US$ 3 bilhões à vista, nesta quinta (19)

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O Banco Central anunciou que fará uma nova intervenção no câmbio nesta quinta-feira (19), com a realização de um leilão de dólares à vista no montante de até US$ 3 bilhões. De acordo com a autoridade monetária, as propostas serão acolhidas entre 9h15 e 9h20.

A atuação do BC foi programada depois de o dólar ter fechado nesta quarta-feira (18) cotado a R$ 6,267, novo recorde nominal para a moeda norte-americana. A disparada de 2,81% ocorreu em meio à tramitação do pacote fiscal no Congresso Nacional e da decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).

Desde a última quinta (12), o BC já realizou sete leilões de dólares, no mercado à vista de forma surpresa ou com compromisso de recompra, injetando quase US$ 13 bilhões no mercado de câmbio. As intervenções, no entanto, não foram capazes de conter a disparada da divisa.

Esse tipo de leilão à vista funciona como uma injeção de dólares no mercado, como forma de atenuar disfuncionalidades nas negociações e diminuir a cotação da moeda, seguindo a lei da oferta e demanda.

O objetivo do BC não é forçar a redução do preço do dólar, mas aumentar a disponibilidade da divisa no mercado. A queda na cotação acaba sendo uma consequência da intervenção.

Mais cedo, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse acreditar que as intervenções do BC e do Tesouro Nacional devem ajudar a acalmar os ânimos do mercado. No entanto, não descartou a possibilidade de que movimentos especulativos estejam promovendo a alta do dólar.

A jornalistas, o chefe da equipe econômica afirmou que não estava “querendo fazer juízo” sobre o tema de uma possível especulação. Nesse cenário, investidores procuram lucrar com a volatilidade de preços de um ativo, muitas vezes no curtíssimo prazo. Há também decisões tomadas por “robôs” (operações automatizadas), que dão impulso à volatilidade já aumentada.

Tradicionalmente, o BC costuma fazer leilões extras no fim do ano, sobretudo em dezembro, período em que empresas com filiais no Brasil enviam recursos ao exterior. Além da questão sazonal, outros dois fatores podem estar influenciando o apetite pela moeda norte-americana na reta final de 2024.

Um deles é o crescimento maior do que o esperado da economia brasileira, outro é o temor com o imposto mínimo sobre milionários, anunciado pelo governo de Luiz Inácio da Silva (PT) para compensar a elevação da faixa de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) até R$ 5.000.

Haddad disse não ter conversado ainda com o presidente Lula sobre o envio da reforma da renda ao Congresso Nacional. O tema continua em aberto três semanas depois do anúncio feito pelo ministro em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão.

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