O presidente Jair Bolsonaro questionou nesta terça-feira (30) o trabalho da Comissão da Verdade e chamou de “balela” documentos sobre mortos na ditadura militar, de acordo com o G1.
“Você acredita em Comissão da Verdade? Qual foi a composição da Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas por quem? Pela Dilma [Rousseff, ex-presidente]”, afirmou o chefe do Palácio do Planalto, ao ser questionado sobre a conclusão do colegiado em relação à morte de Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Conforme a comissão, Fernando foi preso e morto por agentes do Estado.
Na segunda-feira (29), Bolsonaro disse que “um dia” contaria para o presidente da OAB como o pai despareceu. “Ele não vai querer saber a verdade”, afirmou.
Mais tarde, no mesmo dia, declarou, durante uma transmissão no Facebook, que Fernando foi morto por militantes da Ação Popular, grupo de esquerda do qual fazia parte e que praticava a luta armada.
Ao ser perguntado sobre apresentar uma versão diferente da oficial, Bolsonaro disse nesta terça: “Nós queremos desvendar crimes. A questão de 64, existem documentos de matou, não matou, isso aí é balela”.
O presidente afirmou ainda que sua versão se baseia em “sentimento”. “O que eu sei é o que falei para vocês. Não tem nada escrito que foi isso, foi aquilo. Meu sentimento era esse”, disse.
Sobre a ausência de um documento que sustente sua fala, Bolsonaro questionou: “Você quer documento para isso, meu Deus do céu? Documento é quando você casa, você se divorcia. Eles têm documentos dizendo o contrário?”.