O humorista, escritor, ator e apresentador Jô Soares publicou na Folha de SP, nesta sexta (12), uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro. “Caro presidente Jair Bolsonaro. Entendo a reação provocada quando o senhor afirmou que o nazismo era de esquerda. Isso se deve ao fato de que, depois da Primeira Guerra Mundial, vários pequenos grupos se formaram, à direita e à esquerda”, inicia.
Após mencionar a história dos irmãos Otto e Gregor Strasser, fundadores do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, Jô ironiza: “Devo lhe confessar que também já fui alvo de chacota, mas por um motivo totalmente diferente: só peço que não deboche muito de mim. Imagine o senhor que confundi o dinamarquês Søren Aabye Kierkegaard, filósofo, teólogo, poeta, crítico social e autor religioso, e amplamente considerado o primeiro filósofo existencialista, com o filósofo Ludwig Wittgenstein, que, como o senhor está farto de saber, foi um filósofo austríaco, naturalizado britânico e um dos principais autores da virada linguística na filosofia do século 20”.
E dá um conselho ao político: “não se deixe influenciar por certas palavras. Seguem alguns exemplos: 1. Quando chegar a um prédio e o levarem para o elevador social, entre sem receio. Isso não fará do senhor um trotskista fanático; 2. A expressão ‘no pasarán!’, utilizada por Dolores Ibárruri Gómez, conhecida como ‘La Pasionaria’, não era uma convocação feminista para que as mulheres deixassem de passar as roupas dos seus maridos; 3. ‘Social climber’ não se refere a uma alpinista de esquerda” (…).
Leia a carta na íntegra.