Lula diz que interceptação da flotilha com brasileiros por Israel foi “ilegal” e cobra fim das detenções

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (6), em postagem em suas redes sociais, que a ação militar de Israel de interceptar em águas internacionais os 400 integrantes da Flotilha Global Sumud, que tinha entre seus ocupantes 13 brasileiros, foi ilegal. O presidente disse ainda que o Estado de Israel “segue cometendo violações ao mantê-los detidos em seu país”.

“Desde a primeira hora, dei o comando ao nosso Ministério das Relações Exteriores para que preste todo o auxílio para garantir a integridade dos nossos compatriotas e use todas as ferramentas diplomáticas e legais, junto ao Estado de Israel, para que essa situação absurda se encerre o quanto antes e possibilite aos integrantes brasileiros da flotilha regressarem a nosso país em plena segurança”, escreveu Lula.

Israel anunciou nesta segunda-feira a deportação de mais 171 ativistas da Flotilha Global Sumud, incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg, após a interceptação em alto-mar do comboio que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Os 13 brasileiros detidos continuam sob custódia dos israelenses.

O Itamaraty deve enviar ainda nesta segunda uma equipe diplomática ao presídio de Ketziot, no deserto de Negev, onde estão detidos os brasileiros que participavam da flotilha. A missão é tratada como um gesto de apoio consular, diante da falta de previsão para a soltura do grupo e das denúncias de maus-tratos relatadas por advogados e familiares.

Entre os presos está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), que integrava a delegação em caráter de observação internacional. A assessoria da parlamentar afirma que ela permanece “em boas condições físicas, mas detida ilegalmente e sem comunicação regular com advogados”.

Dos 13 brasileiros detidos, quatro iniciaram greve de fome — Thiago Ávila, Ariadne Telles, João Aguiar e Bruno Gilca — e alegam estar há dias sem acesso a medicamentos e atendimento médico básico.

Em comunicado, os organizadores da flotilha afirmam que os presos foram submetidos a interrogatórios prolongados, vendados e algemados, e que guardas os obrigaram a manter o rosto voltado para a parede. Uma das mulheres detidas contou ter sido forçada a retirar o hijab e disse ter recebido apenas uma camisa para cobrir a cabeça.

As autoridades israelenses negam as acusações e afirmam que “todos os detidos tiveram acesso à água, comida e advogados, e que seus direitos foram respeitados”. A flotilha levava cerca de 400 pessoas, de diferentes nacionalidades, em 41 embarcações com destino a Gaza, carregando alimentos e medicamentos para civis afetados pela guerra. Mais de 170 estrangeiros já foram deportados, mas os brasileiros seguem no presídio aguardando decisão.

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