O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, depois de virar interventor do Distrito Federal durante a manifestação do 8 de janeiro poderá assumir parte do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
O presidente Lula não vai dividir a pasta em duas, como foi no governo Michel Temer, mas pode redefinir as duas funções, na prática, dentro do mesmo ministério. O ex-presidente do Supremo Ricardo Lewandowski como ministro e, Cappelli, como um super secretário executivo, com carta branca para cuidar da segurança pública.
Ricardo Lewandowski é o mais cotado hoje para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Lula. Esse formato vem sendo pensado porque os tempos mudaram também na Justiça desde seu primeiro mandato. Em 2003, o advogado e humanista Márcio Thomáz Bastos cabia como uma luva na Justiça, mas tudo vem mudando e, hoje, 90% do tempo e da energia da pasta estão concentrados na segurança pública, o que pede outro perfil, ou divisão de tarefas.
Com organizações criminosas ricas e sofisticadas, milícias, tráfico de drogas e até de pessoas, a violência está fora de controle, os Estados e municípios não dão conta, e o governo federal é obrigado a redefinir sua participação numa questão que envolve toda a sociedade e só piora. Cappelli já mostrou que tem pulso firme nessa área.
Naquele 8/1/2023, Lula já havia definido que o interventor no DF seria o próprio Flávio Dino, que, num estalo, consultou a Constituição e confirmou que perderia o mandato, recém-conquistado, de oito anos no Senado. Uma coisa é perder para uma vaga no Supremo, outra seria para uma função temporária. Ricardo Cappelli, secretário-executivo e que foi interventor na segurança do DF, ganharia mais poder com a nova configuração