Negros são maioria dos mortos pela polícia na Bahia e em outros quatro estados, diz pesquisa

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Um levantamento feito pela Rede de Observatórios da Segurança, divulgado nesta quarta-feira (9), mostra que na Bahia e em outros quatro estados; Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, a maior parte das pessoas mortas pelas polícias em 2019 é negra. Entre os cinco estados, a Bahia apresenta o maior percentual: 97% dos mortos em ações policiais eram negros, seguido do estado de Pernambuco, com a proporção de negros entre as vítimas em 93%.

De acordo com a Agência Brasil, o relatório mostra que a polícia do Rio de Janeiro matou 1.814 pessoas no ano passado, das quais 86% delas eram negras. No Ceará, o percentual de negros mortos em decorrência de intervenção policial alcançou 87%. Já no estado de São Paulo, 63% dos mortos em ações policiais eram negros.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2019, 74% dos homicídios no Brasil foram de pessoas negras e 79% dos mortos pela polícia também eram pessoas negras.

“Com esses dados, podemos mostrar que não é um viés racial, não é excesso de uso da força, não é violência policial letal acima do tolerado, é racismo. Quando analisamos a violência policial, nós não conseguimos contabilizar abordagens violentas, espancamentos, humilhações do dia a dia, mas conseguimos contar os corpos empilhados nessas ações”, disse, em nota, a coordenadora da Rede de Observatórios da Segurança e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Silvia Ramos.

Segundo a Rede de Observatórios da Segurança, os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação diretamente com as secretarias de Segurança dos estados que, posteriormente, foram checados e comparados com informações sobre cor das populações de cada estado no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em nota enviada à Agência Brasil, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informa que as ações policiais são realizadas após levantamentos de inteligência e observação da mancha criminal.

“A SSP destaca ainda que todos casos que resultam em mortes são apurados pela Corregedoria e, existindo indício de ausência de confronto, os policiais são afastados, investigados e punidos, caso se comprove a atuação delituosa”, diz a secretaria.

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