A morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21), inicia um antigo rito da Igreja Católica que levará à escolha de um novo pontífice, agora influenciado pela visão mais pastoral e modesta deixada por Francisco. Com o falecimento, tem início o período da Sede Vacante, fase em que o camerlengo — atualmente o cardeal irlandês-americano Kevin Farrell, nomeado em 2019 — assume temporariamente os assuntos administrativos do Vaticano.
O camerlengo é o único alto cargo que permanece ativo após a morte do papa. Cabe a ele confirmar oficialmente o óbito e inutilizar o Anel do Pescador, símbolo exclusivo de cada pontificado, cuja destruição representa o encerramento oficial do papado. Nos dias seguintes, os cardeais se reúnem para preparar o funeral e conduzir os novemdiales, nove dias de orações públicas.
O sepultamento deve ocorrer entre o quarto e o sexto dia após a morte. Diferentemente dos papas anteriores, Francisco solicitou ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e recusou o uso dos três caixões tradicionais, optando por um único modelo de madeira e zinco. Seu corpo será velado na Basílica de São Pedro, em caixão aberto, rompendo com a tradição do trono elevado e ornamentos cerimoniais.
Concluído o luto, os cardeais com menos de 80 anos se reúnem no conclave, realizado na Capela Sistina, para escolher o novo papa. São necessárias duas sessões de votação diárias e maioria de dois terços para a eleição. Após a decisão, o novo líder da Igreja se dirige à Sala das Lágrimas, veste os trajes papais, escolhe seu nome e, aceitando a missão, é anunciado com a tradicional proclamação: “Habemus Papam!“