O senador Otto Alencar (PSD) negou, ontem, que o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando Torres, irá deixar a pasta. Desde o último mês, o pessedista estaria insatisfeito com o partido, comandado no Estado pelo congressista. “Isso não existe, não sei por que tanta especulação em torno desse assunto”, disse Otto em conversa com a Tribuna. Informações de bastidores dão conta que colegas de Torres não poupam reclamações contra o secretário, que teria faltado ao trabalho durante uma semana inteira e não teria participado nem da formação de sua equipe. Além disso, o gabinete viveria cheio de lideranças políticas de Feira de Santana, cidade onde Torres já tentou três vezes ser candidato a prefeito. Caso ele deixasse a pasta, o mais cotado para substituí-lo seria o chefe de gabinete, José Rebouças, que nesta semana pediu exoneração do cargo. O fato foi publicado no Diário Oficial do Estado, que também notificou a exoneração de Márcio Fontes, diretor-geral da pasta. Ambos teriam se desentendido com Torres.Comenta-se que Otto e o secretário de Desenvolvimento Urbano, Jaques Wagner, foram convocados por Rui para tentar resolver o conflito. A partir de agora, a chefia de gabinete será ocupada por Fábio Fernandes de Moraes Lucena, ex-candidato a vereador pelo Pros em Feira de Santana. Fernando Davi da Silva Paixão foi para a direção-geral.“Eram cargos de confiança, que mudam quando se quer. Não tem nenhuma briga interna. Acontece que às vezes o funcionário vai para outro cargo. Foi montada uma equipe, e uma das pessoas que indiquei irá para outra atividade”, acrescentou Otto, porém, sem especificar quem irá para outra função e onde.No início de fevereiro de 2017, Torres deixou a Sedur para retornar à Câmara dos Deputados e votar nas eleições para a presidência da Casa. A articulação teve o objetivo de reunir votos para o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), que concorreu à vice-presidência na chapa do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM). O peemedebista não conseguiu se eleger. Em troca, o PSD obteve apoio do PMDB na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), onde Angelo Coronel (PSD) se elegeu presidente.