Ao vivo no Papo Correria – live que realiza semanalmente nas redes sociais -, o governador Rui Costa (PT) informou, na noite desta segunda-feira (16), que solicitou à Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) que responsabilize criminalmente o empresário que transmitiu coronavírus para um funcionário na região de Trancoso, em Porto Seguro, no Sul do estado.
Ao lado do infectologista Antônio Bandeira e do secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, Rui disse que o caso de Trancoso, décimo confirmado no estado, foi consequência da atitude “irresponsável de um empresário que, mesmo após ter o resultado confirmado por médicos, no [Hospital Isrealita] Albert Einstein, contratirou a orientação”.
Nas palavras do governador, o homem deve responder criminalmente pelo ato porque “ignorou os profissionais, pegou seu jatinho, convidou amigos e foi para Trancoso”. Rui reforçou que o transmissor de Porto Seguro testou positivo para o vírus, o Covid-19, na cidade de São Paulo.
Como medida preventiva, o chefe do Executivo reforçou o decreto em que determina que todas as escolas da rede estadual em Salvador, Feira de Santana e Porto Seguro – onde já estão confirmados dez casos de coronavírus -, além de suspensão de qualquer confraternização que reúna mais de 50 pessoas.
“Vale para eventos culturais, esportivos e religiosos, sejam qual for. Agora, não estamos suspendendo as aulas para o que os estudantes saiam para confraternizar em bares, senão seria melhor manter as aulas. A suspensão é para que esses jovens tenham a oportunidade de ficar em quarentena”, explica, ao apontar o cancelamento da própria agenda.
Inaugurações
Após uma internauta alertar o governador para a inauguração de um shopping, nesta terça-feira (17), em Feira de Santana, Rui solicitou que a Polícia Militar impeça o evento.
“Repito que absolutamente todos os eventos estão proibidos, isso é válido para todos nós. Por enquanto, nessas três cidades. Mas a medida é progressiva, então pode ser que nos próximos dias passem a valer em todo o estado”.
Ele explicou que, por ainda não haver transmissão comunitária na Bahia, a medida, por ora, é necessária apenas onde já há registro de casos. “Sabemos a origem dos casos que temos, graças a Deus”.
Infectologista da Diretoria da Vigilância Sanitária Epidemiológica da Bahia, Antônio Bandeira explica que a transmissão “em comunidade” significa dizer que se “perdeu completamente a cadeia da origem de transmissão”.
Segundo ele, todos os casos registrados em solos baianos têm origem importada – de quem veio de outro país – ou por contato imediato, o que foi reforçado pelo secretário Fábio Vilas-Boas que se propôs a, diariamente, prestar atualizações dos casos.
Segundo o gestor da pasta de Saúde, os secretários de todos os municípios do estado estão orientados sobre como agir em caso de suspeitas.
Bahia.ba