Menos de uma semana após decretar lei marcial e tentar dissolver o Congresso, o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, conseguiu evitar o impeachment. A proposta de afastamento, apresentada pela oposição com base em supostas violações graves da Constituição, foi rejeitada neste sábado (7), graças a uma estratégia do Partido do Poder Popular (PPP), que orientou quase todos os seus deputados a deixarem a sessão sem registrar seus votos. A oposição, no entanto, já anunciou que pretende apresentar uma nova moção antes do final do ano.
O episódio encerra uma semana tumultuada para Yoon, que enfrentou flutuações no apoio entre seus próprios aliados. Na terça-feira, ao decretar uma controversa lei marcial, vigente por apenas algumas horas, viu parlamentares de sua base desafiarem as forças de segurança que cercavam a Assembleia Nacional e votarem contra a medida. No entanto, no sábado, os mesmos parlamentares optaram por boicotar a votação do impeachment.
Com 192 deputados, a oposição detém a maioria no Parlamento, mas precisava convencer pelo menos oito parlamentares governistas para alcançar os 200 votos necessários para aprovar o afastamento, que exige o apoio de dois terços da Casa. Entre os 108 deputados do bloco governista, apenas um, Ahn Cheol-soo, permaneceu no plenário. Veterano da política, Ahn já integrou o Partido Democrático, principal força de oposição, e chegou a disputar a Presidência no passado.