Recorde de incêndios no Pantanal expõe falhas na prevenção do governo Lula

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O Pantanal enfrentou um recorde de incêndios em junho, devido a novas falhas na prevenção de queimadas sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já havia sido criticada em 2023 pelo aumento de queimadas tanto no bioma quanto na Amazônia. O planejamento do Ministério do Meio Ambiente falhou, resultando na necessidade de antecipar em dois meses sua estratégia de resposta ao problema.

Especialistas alertam que é crucial estar preparado para eventos climáticos extremos, cada vez mais intensos e frequentes devido ao aquecimento global. Eles também apontam falhas dos governos estaduais nas medidas de prevenção para proteger o Pantanal.

Agora, o governo corre para recompor o orçamento da pasta diante da insuficiência financeira e para implementar às pressas um pacto assinado com Estados no início do mês, na tentativa de evitar a repetição da crise do ano passado.

Até 24 de junho, o número de focos de incêndio alcançou 2.363, quase seis vezes mais do que os 406 focos registrados em todo o mês de junho de 2020, o pior ano em incêndios para a região, que sofreu devastação. “Esse cenário já era esperado, e as medidas preventivas não foram adequadas”, afirma Gustavo Figueirôa, diretor do S.O.S Pantanal.

Atualmente, o Ibama conta com 2.108 brigadistas, e o ICMBio possui 913 em todo o país, sendo que essas equipes são geralmente contratadas temporariamente para emergências. O plano do governo é aumentar esse número para 4 mil brigadistas ainda este ano, mas não há um cronograma definido para a chegada desses profissionais.

No Pantanal, estão em operação atualmente 300 brigadistas do Ibama e pelo menos 48 do ICMBio. Embora o governo tenha anunciado no início do mês a simplificação dos contratos desses profissionais, os detalhes sobre essa medida ainda não foram esclarecidos.

Em 2023, o Ibama executou R$ 82,9 milhões em ações de prevenção e combate a incêndios florestais, quase atingindo o total previsto de R$ 83 milhões no orçamento. Para 2024, está prevista uma verba de R$ 84,4 milhões para essa área, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente.

O jornal Estadão reportou que o Planalto internamente já aprovou a recomposição de cerca de R$ 100 milhões para o Ministério do Meio Ambiente, que deverão retornar em breve ao orçamento da pasta. No ano passado, o Congresso havia cortado parte do orçamento originalmente proposto pelo Executivo.

Os parlamentares, por exemplo, aprovaram um corte de R$ 25 milhões para o ICMBio em comparação com o montante enviado pelo governo no projeto de lei (R$ 875,6 milhões). Para o Ibama, o governo propôs R$ 1,885 bilhões, mas o Congresso aprovou uma redução de R$ 12 milhões.

O governo também está discutindo a possibilidade de um crédito extraordinário para o Pantanal, uma alternativa que já havia sido mencionada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no início do mês.

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