Salvador e a Região Metropolitana ultrapassaram, na última terça-feira (25), a marca de 500 pessoas mortas em ações e operações policiais em 2025, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. O patamar foi alcançado quase que no mesmo período do ano passado, quando o mesmo número foi registrado em 19 de dezembro.
O avanço ocorre pouco mais de um mês após o Governo do Estado lançar o Plano de Atuação Qualificada de Agentes do Estado (PQUALI), que define metas para diminuir a letalidade policial nos próximos três anos. A iniciativa prevê redução de 10% por semestre desses casos e ações como ampliação do uso de câmeras corporais, capacitação de agentes e atendimento psicológico a policiais envolvidos repetidamente em confrontos com morte.
Os dados, no entanto, sugerem um cenário crítico. Em 2025, até 25 de novembro, foram registradas 501 mortes em operações policiais em Salvador e RMS, além de 95 mortes em 25 chacinas. O número é 5% maior que o registrado no mesmo período de 2023 e 2024, quando houve 477 mortes. As unidades da Rondesp estiveram presentes em ações que concentraram 43% desses óbitos.
De acordo com a pesquisa, das vítimas, 494 eram homens e 7 mulheres; 11 adolescentes, 489 adultos e um idoso. Entre as vítimas identificadas racialmente, 53% do total, todas eram pessoas negras.

