Na tarde desta quinta-feira (11), a Sociedade Filarmônica Lira Candeiense realizou uma Assembleia Geral com a presença de aproximadamente de 60 membros e músicos comprometidos com a revitalização da entidade. A reunião foi marcada por discursos emocionados e pela formação de uma comissão provisória, com o objetivo de preparar a filarmônica para o retorno das atividades.
Mario Lucio, um dos participantes, destacou a importância histórica da entidade: “Falar dessa entidade é falar da história do nosso município. Foi fundada em 17 de outubro de 1921, pela ideia do saudoso Antônio Martins dos Santos, que tinha o título de coronel da Guarda Nacional e residia no Casarão. A Filarmônica tem uma história muito bonita, mas que ao longo dos anos vem se apagando. A chama da Filarmônica tem que se manter acesa.”
Gabriel Gomes, atual presidente e maestro interino, relembrou sua história com a filarmônica. “Já fui presidente dessa entidade duas vezes,” disse Gabriel, destacando os desafios enfrentados ao longo dos anos, incluindo um período de inatividade entre 2009 e 2013. Ele mencionou o esforço coletivo para retomar as atividades no mercado cultural, apesar das dificuldades enfrentadas.
Gabriel elogiou Mário Lúcio por manter os impostos em dia, descrevendo-o como um verdadeiro pai da filarmônica. Mário Lúcio esclareceu a situação financeira da entidade, informando que a filarmônica foi inscrita na dívida ativa por não estar isenta do IPTU. “Eu me comprometi em pagar as parcelas para não perder o imóvel,” afirmou, destacando a importância de manter o prédio histórico da filarmônica.
Gabriel continuou seu discurso, relatando os desafios operacionais enfrentados pela filarmônica ao tentar manter as atividades em um novo local. “Foram limitando, limitando, limitando, ficou só dois dias,” disse, lamentando as restrições impostas ao uso do espaço. Ele expressou seu amor pela entidade e a frustração com a falta de apoio, enfatizando a necessidade de retomar as atividades como uma verdadeira sociedade.
Uelbert reforçou a importância de regularizar a documentação da filarmônica e reivindicar a propriedade do prédio doado. “Aquele prédio não deixa de ser nosso. Agora nós temos que ir com todo mundo aqui junto,” declarou. Ele enfatizou a necessidade de união entre os membros para superar as divisões passadas e revitalizar a cultura musical de Candeias.
Ditocar encerrou a assembleia com palavras de incentivo e reconhecimento à história da filarmônica. Ele compartilhou suas memórias de infância, quando assistia aos ensaios da filarmônica, destacando o impacto positivo que a música teve em sua vida e na de muitos outros.
A assembleia contou com a presença de figuras importantes da cultura local, incluindo o ex-secretário de cultura, professor Val, o ex-superintendente de cultura, Binho da Vibe, o guitarrista Sérgio Pita, o cantor Uires Vieira, o professor Marcos França e o presidente do Conselho Municipal de Cultura, Ditocar.
Formação da Comissão Provisória
Para encaminhar as ações necessárias para a revitalização da filarmônica, foi formada uma comissão provisória composta pelos seguintes membros:
Uelbert, ex-músico da Aeronáutica e instrutor de fanfarras escolares
Tarcísio Borges, músico saxofonista e instrutor de fanfarras escolares
Luciano Uga, músico saxofonista e instrutor de fanfarras escolares
Cristiane, cantora e percussionista
Gabriel Gomes, maestro interino
Tadeu, membro benemérito
Max Santana, músico e jornalista
A assembleia terminou com a formação da comissão provisória encarregada de tomar medidas imediatas para o retorno pleno das atividades da filarmônica. A votação para a nova diretoria foi adiada, mas a determinação de todos os presentes em revitalizar a entidade ficou evidente. Unidos, os membros da filarmônica estão prontos para enfrentar os desafios e resgatar a grandeza da música em Candeias.
