No calendário do “antigo normal”, na próxima quinta-feira (11) iria começar o Carnaval 2021. Com a segunda onda de Covid-19 e a necessidade de se evitar aglomerações, a folia deste ano foi suspensa. A medida vai tirar 1,2 milhão de pessoas da rua conforme estimativa da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
O órgão da Secretaria de Planejamento do estado avalia que em torno de R$ 1,7 bilhão, fruto dos gastos dos foliões, deixarão de circular na economia de Salvador no período.Cerca de 60 mil trabalhadores que trabalham durante a festa ficarão sem opção de renda – uma perda de R$ 90 milhões de rendimentos.
“O cancelamento do Carnaval foi uma decisão acertada e pautada na necessidade de preservar vidas humanas, uma vez que estamos enfrentando uma pandemia mundial de uma doença altamente contagiosa”, pondera o secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro. Para efetivação do evento em 2020, a despesa dos poderes estadual e municipal foi de R$ 133 milhões, gasto que deixa de ser realizado agora.
“Realmente o Carnaval é uma festa que traz um número expressivo de turistas para nosso estado, principalmente para Salvador, que faz a maior festa de rua do mundo”, ressalta o secretário de Turismo do Estado, Fausto Franco. O titular da Setur ressalta que, apesar do impacto causado pelo cancelamento da festa, a necessidade de salvar vidas humanas “é imperiosa” neste momento.
Para estimar o impacto do adiamento do Carnaval, a SEI usou a média de moradores da capital que brincaram em eventos anteriores (17,7%). Essa proporção foi identificada em pesquisa realizada em conjunto com a Secretaria de Cultura do Estado e o Dieese. Considerando-se a população estimada pelo IBGE para capital em 2020 (2,9 milhões de habitantes), a SEI projeta que em torno de 528 mil foliões residentes estariam na festa em 2021.
Para aferir a participação dos turistas, caso houvesse o evento, a superintendência replicou o cálculo da Setur para o ano de 2020, quando se contabilizou 636 mil turistas.No cálculo do impacto econômico, a SEI considerou os gastos médios dos foliões por categoria: residentes, turistas do interior, turistas de outros estados, e turistas de outros países.
Outros impactos
Ainda de acordo com a SEI, o verão sem eventos públicos e particulares característicos deve impactar em diversos setores no primeiro trimestre de 2021. A redução de arrecadação de ICMS foi projetada em R$ 47,3 milhões nos setores de bebidas, alimentação e hospedagem. Também haverá queda de 18,2% na taxa de ocupação dos hotéis em Salvador, no período, e redução de 7 mil postos de trabalho diretos, além da queda em torno de 25% da receita nominal do conjunto de atividades características do turismo.