O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira (18) que as tarifas sobre carros ficarão em torno de 25% e que terá mais informações para compartilhar sobre o assunto em abril.
“Provavelmente direi isso a vocês em 2 de abril, mas será em torno de 25%”, disse Trump em coletiva.
Na sexta-feira (14), Trump disse que as tarifas sobre automóveis seriam aplicadas em 2 de abril, um dia depois que os membros de seu gabinete entregarem relatórios a ele delineando opções para uma série de tarifas de importação, à medida que ele procura reformular o comércio global.
Trump há muito tempo aponta o que chama de tratamento injusto das exportações automotivas dos EUA em mercados estrangeiros.
A ameaça sobre automóveis coloca algumas das maiores marcas do Japão, Alemanha e Coreia do Sul na mira de Trump.
A União Europeia, por exemplo, cobra uma tarifa de 10% sobre importações de veículos, quatro vezes a taxa de tarifa dos EUA para carros de passeio, que é de 2,5%. No entanto, os EUA cobram uma tarifa de 25% sobre caminhonetes importadas, que são altamente lucrativas.
As importações representaram cerca de metade do mercado automotivo dos EUA no ano passado. Cerca de 80% das vendas da Volkswagen nos EUA são importadas, enquanto 65% das vendas da Hyundai-Kia nos EUA são importadas, de acordo com dados da Global Data.
A medida também é a mais recente em uma guerra comercial que se amplia rapidamente, à medida que Trump cumpre suas promessas de campanha de instituir tarifas abrangentes sobre aliados e rivais dos EUA.
O presidente dos EUA ainda não forneceu detalhes sobre o escopo das tarifas sobre automóveis. Também não está claro o impacto que teriam sobre veículos fabricados sob um acordo de livre comércio entre os EUA, Canadá e México, que Trump renegociou durante seu primeiro mandato. As cadeias de suprimento de produção automotiva na América do Norte são integradas.
Grupos comerciais da indústria alertaram sobre aumentos de preços e danos à cadeia de suprimentos devido às tarifas, mas sinalizaram que aguardariam para ver quais tarifas específicas o governo Trump planejou.
Nesta terça, Trump também disse que as tarifas setoriais sobre produtos farmacêuticos e chips semicondutores provavelmente começarão em 25% em abril, com pelo menos algumas aumentando ao longo de um ano.
Os vizinhos do norte e do sul dos EUA, ambos grandes parceiros comerciais, já enfrentam uma ameaça de tarifa de 25% sobre importações que Trump anunciou —e depois suspendeu até março— em uma tentativa de extrair concessões do México e do Canadá sobre segurança nas fronteiras, uma de suas principais prioridades.
Trump usou tarifas para extrair concessões políticas de outras nações sobre imigração e o fluxo de drogas ilegais. E ele destacou as tarifas como uma ferramenta que, segundo ele, convencerá empresas a transferirem a produção para os EUA.
O anúncio das tarifas sobre carros, na semana passada, ocorreu após Trump revelar sua medida mais abrangente até agora, ordenando que seu governo desenvolva planos para impor tarifas recíprocas a vários parceiros comerciais, um esforço para abordar o que ele diz ser um sistema desfavorável aos EUA.
As tarifas recíprocas sobre nações que têm impostos de importação sobre produtos dos EUA podem ser implementadas também em abril.
Essas tarifas são distintas das tarifas setoriais que Trump prometeu sobre automóveis e ameaçou contra outras indústrias, incluindo energia, semicondutores e produtos farmacêuticos. Na semana passada, ele também anunciou planos para impor taxas de 25% sobre importações de aço e alumínio.