O cantor e compositor baiano Clementino Rodrigues, conhecido como Riachão, morreu hoje (30), aos 98 anos. Ele faleceu enquanto dormia e chegou a ser atendido por uma equipe médica no bairro do Garcia, em Salvador, onde morava. Em contato com o Metro1, parentes do artista confirmaram que Riachão morreu dormindo, de causas naturais.
Riachão é um dos mais importantes nomes da música baiana, autor de clássicos como “Cada Macaco no Seu Galho” e “Vá Morar Com o Diabo”. Sempre ativo, ele planejava lançar um novo álbum ainda este ano, com o título “Se Deus Quiser Eu Vou Chegar aos 100”. Não deu. Mas, sua imortalidade está garantida.
A verdade é que Riachão modificou, quando tinha apenas 15 anos, o panorama do samba na Bahia, abrindo caminho para uma legião magnífica de compositores, dentre os quais Ederaldo Gentil e Batatinha. Ele gostava de contar o caso em que se deparou com um recorte de jornal ou revista que estampava a terrível manchete: “Se o Rio não escreve, a Bahia não canta”. E completa: “Cheguei em casa machucado com isso. Foi quando Jesus me mandou o primeiro samba: ‘Sei que sou malandro, sei / conheço meu proceder…”. Que emoção quando isso chegou ao meu juízo. Cantei o dia inteiro. Com 15 anos comecei, com essa música”.
Em 2013, lançou “Mundão de Ouro”, seu último álbum. Entre as obras importantes sobre o artista está o documentário “Samba Riachão” (2001), dirigido por Jorge Alfredo. No cinema, Riachão aparece ainda, como ele mesmo, no filme “A Grande Feira” (1961), longa-metragem de Roberto Pires, uma das primeiras produções baianas. O sambista também batiza o circuito que a Mudança do Garcia faz do bairro até o Campo Grande