A técnica Pia Sundhage convocou nesta sexta-feira, 21, a seleção brasileira de futebol feminino que disputará dois amistosos na cidade de Cartagena (Espanha) em junho. Os jogos contra Rússia, no dia 11, e Canadá, no dia 14, serão os últimos do escrete canarinho antes da convocação para a Olimpíada de Tóquio (Japão). As partidas terão início sempre às 16h (horário de Brasília),
“Destas 25 jogadoras, 18 estarão nos Jogos. Acredito que são as jogadoras que podem fazer a diferença. Não é impossível (que uma atleta fora da lista seja convocada para a Olimpíada), mas será difícil”, afirmou Pia, em entrevista coletiva por videoconferência.
“Os dois jogos serão muito importantes. Não só para (definir) um setor específico, mas para ver como essas atletas jogam em grupo. Quem ficará na defesa? Temos oito (na lista) e queremos ter seis (em Tóquio). Teremos a oportunidade de realizar as análises durante os treinos e partidas”, disse a técnica sueca.
A novidade da lista é Angelina, volante do OL Reign (Estados Unidos) e capitã da seleção feminina sub-20 até o ano passado, chamada pela primeira vez à equipe principal. A lateral-direita Letícia Santos, do Eintracht Frankfurt (Alemanha), por sua vez, voltou a ser convocada 14 meses após a lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito que sofreu na França, durante a derrota das comandadas de Pia para as anfitriãs, por 1 a 0, em um torneio amistoso.
Outro detalhe é a presença majoritária de jogadoras que atuam na Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro: 13, ante 12 de clubes do exterior. O Corinthians (seis) é o time mais representado, seguido pelo rival Palmeiras (quatro). Avaí/Kindermann (Bárbara, goleira) e Internacional (Bruna Benites, zagueira) também tiveram atletas chamadas.
“Se vocês examinarem de onde vieram as jogadoras na primeira convocação (em agosto de 2019) é diferente (foram nove atuando no Brasil e 13 no exterior). Hoje, temos mais atletas em times brasileiros. O que significa que os treinadores no Brasil são muito importantes e, por isso, buscamos ter uma boa comunicação com eles”, destacou Pia.
No último dia 21 de abril, a seleção feminina conheceu os adversários na primeira fase da Olimpíada. As brasileiras foram sorteadas no Grupo F, ao lado de China, Países Baixos e Zâmbia. Apesar de os adversários dos amistosos na Espanha não simularem o padrão de jogo dos rivais em Tóquio, Pia não considera isso um problema.
“A Rússia é muito dura, uma equipe difícil, que tem um jogo interessante no um contra um. Contra o Canadá, jogamos algumas vezes, estamos bem familiarizados e se trata de um oponente olímpico. O mais importante é que teremos a oportunidade de treinar para jogar, pensar em quem virá da reserva, no que falaremos no intervalo. Nem Rússia, nem Canadá, são semelhantes a China, Países Baixos e Zâmbia, mas são bons jogos e estou muito grata”, argumentou a técnica.
Em 2021, a seleção feminina só esteve em campo em fevereiro, no torneio amistoso She Believes, realizado em Orlando (Estados Unidos), onde venceu Argentina (4 a 1) e Canadá (2 a 0) e foi derrotada pelas anfitriãs norte-americanas (0 a 2). Em abril, como não foi possível agendar jogos durante a data-Fifa (período destinado a partidas entre países), devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), as brasileiras se reuniram para um período de treinos na Granja Comary, em Teresópolis (RJ)
“Nosso objetivo atual é chegar às quartas de final. Temos trabalhado com afinco para saber como derrotar nossos três primeiros adversários (na Olimpíada). A partir das quartas, temos de conhecer tudo sobre os oponentes a seguir. Não temos jogado tanto quanto gostaríamos, mas tenho certeza de que chegaremos às quartas e estaremos preparadas para quaisquer adversários”, completou Pia.