Celebrar o protagonismo, a resistência e o empoderamento das mulheres negras. Foi com esse objetivo que a Escola Municipal Argentina Castelo Branco, no distrito da Colônia, recebeu nesta quarta-feira (30) a IV edição do Julho das Pretas.
O evento, realizado pela Prefeitura de Candeias por meio da Secretaria de Educação (SEDUC), trouxe como tema “Luz na passarela: visibilidade, saberes e resistências das mulheres negras”, reunindo estudantes, professores, convidados e representantes da comunidade em geral.
Quem abriu o encontro foi a professora Graça Celestino, idealizadora do projeto no município. Em sua fala, ela relembrou a origem do Julho das Pretas e defendeu a ampliação do movimento para outras instituições de ensino.
“O Julho das Pretas começou em 2013, como um processo de resistência, da luta contra o racismo, o feminicídio e a injustiça social. Nós precisamos promover discussões em todas as unidades de ensino do município para transformar alunos e alunas em multiplicadores contra o racismo e o machismo”, destacou.
Ao longo do evento, os estudantes prestaram homenagens a figuras negras da Bahia e do Brasil, como Elza Soares, Margareth Menezes, a Banda Didá (composta por mulheres), entre outras personalidades. Também houve painéis, rodas de conversa, apresentações culturais e palestras.
Entre as participações especiais, estiveram a cantora candeense Laiane Borges, o grupo de capoeira Chave de Ouro e o grupo Makulelê.
O evento contou ainda com uma exposição fotográfica destacando a história de mulheres negras que atuam nas áreas da educação, medicina, artes e cultura na cidade. Nomes como Glória Santos, Graça Celestino, Dr.ᵃ Marise Santana, Sônia Barbosa, Marolina Viturina, Jaqueline Goes foram lembrados.
O Julho das Pretas tem sua origem na Bahia e foi idealizado pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, em 2013. De lá para cá, o movimento ganhou força e se espalhou por todo o país. A iniciativa tem como objetivo celebrar a luta e as conquistas das mulheres negras, além de conscientizar a sociedade sobre a importância do combate ao racismo e ao sexismo.
O nome foi escolhido em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra, Afro-Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho.