Se de um lado a pandemia do novo coronavírus reduziu a demanda, as constantes subidas do dólar encareceram o custo da produção. É neste beco sem uma saída aparente que estão as montadoras instaladas no país. Abril foi o mês de menor produção do setor, verdadeiro marco inicial da industrialização brasileira. Foram fabricados 1,8 mil unidades, ante os 267,6 mil produzidos em abril de 2019. A queda foi de 99,4% conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Com o dólar a R$ 5,74 – cotação da sexta-feira (8) -, o reajuste no preço dos produtos tornou-se inevitável, segundo levantamento no setor publicado pela revista Veja. “O impacto da oscilação cambial vem obrigando a empresa a repassar parte dos custos para o preço final dos veículos”, informou a Volkswagen.
A General Motors aumentou os valores de venda de toda a linha em 4%. São necessários quase 50 salários mínimos para adquirir o carro mais popular do Brasil. Segundo ressaltou Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul, o real tem sido uma das moedas com pior desempenho de todos os mercados emergentes. “Vimos uma desvalorização de 48% em meados de 2019 e de quase 40% desde janeiro de 2020”, disse, à Veja.
Para completar o quadro, como as concessionárias também estão com restrições impostas pelo isolamento social, os patios das montadoras estão cheios após a queda nas vendas. No mês passado, a venda de carros novos despencou 73,57%, conforme a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).