Os Jogos Olímpicos de Paris que se encerraram na noite de domingo (11) são apenas a metade dos eventos agendados na capital francesa em 2024, já que no final do mês começam os Jogos Paralímpicos, que vão de 28 de agosto a 8 de setembro. Para o presidente do comitê organizador de ambos os Jogos, Tony Estanguet, apesar do sentimento de “nostalgia” durante a cerimônia de encerramento no Stade de France, o foco agora é total no torneio à vista.
“Ficamos encantados com a primeira parte. Todos os nossos esforços foram recompensados. Agora vamos mergulhar na partida de volta”, disse o dirigente em entrevista de apresentação das Paralimpíadas, nesta segunda (12).
Segundo matéria da Folha de São Paulo, as Paralimpíadas devem reunir cerca de 4.400 atletas (contra 11,1 mil nas Olimpíadas) em 22 esportes e 19 sedes de competição, incluindo aqueles nos principais pontos turísticos de Paris, como Versalhes (paraequitação), o Grand Palais (esgrima em cadeira de rodas e parataekwondo) e o Campo de Marte, em frente à Torre Eiffel (futebol de cegos).
De acordo com Estanguet, um forte aumento na procura por ingressos paralímpicos foi sentido nos últimos dias. Muito em vista da volta de parisienses que deixaram a capital durante os Jogos, receando caos na cidade, e que agora ansiavam por conhecer as arenas e estádios que viram na televisão. “Estão dizendo: ‘perdi essa oportunidade, por que não viver agora essa experiência?’”, disse. Apesar do valor não exatamente ‘comum’, com valores a partir de 15 euros (cerca de R$ 90), já foram vendidos, de acordo com os organizadores, 1,4 milhão para os 12 dias de megaevento.
Cada atleta francês terá quatro ingressos para levar parentes e amigos aos Jogos, explicou Marie-Amélie Le Fur, presidente do comitê paralímpico francês. “Estamos só no intervalo. Os Jogos vão mudar a mentalidade [dos franceses] sobre a deficiência”, avalia Nantenin Keïta, campeã paralímpica dos 400 metros rasos (T13, deficiência visual moderada) no Rio-2016.
A cerimônia de abertura, agendada para o dia 28 de agosto, será mais modesta que a dos Jogos Olímpicos, na praça de La Concorde, onde fica o obelisco de Luxor, monumento do século 13 a.C. que, desde 1836, é um dos ícones de Paris. A cerimônia está a cargo do diretor de teatro Thomas Jolly, o mesmo das festas de início e encerramento olímpicas. O revezamento da chama olímpica também será menor –apenas quatro dias, e somente dentro do território francês. A novidade é que haverá 12 tochas ao mesmo tempo, convergindo de todos os cantos da França para chegar a Paris no dia da abertura.
Brasil nas Paralimpíadas
Nesta segunda-feira (12), grande parte da delegação brasileira embarcou para a Troyes, na França, mesma cidade que acolheu a equipe brasileira de ginástica artística antes dos Jogos Olímpicos, graças a um convênio com o departamento do Aube, onde fica a cidade. No total, o Brasil terá 279 atletas –mais até que o país anfitrião que terá 237 competidores. A instalação que acolherá os atletas brasileiros conta com uma piscina olímpica e a pista de atletismo foram adaptadas com rampas, elevadores e outras instalações de acessibilidade.
O presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons, costuma chamar, em tom de brincadeira, os Jogos Olímpicos de “melhor evento-teste do mundo”. Nesta segunda, ele também usou uma metáfora gastronômica, bem do gosto dos franceses: “Foi uma ‘entrée’ incrível para o prato principal”. Brincadeiras à parte, Parsons qualificou as Paralimpíadas como o terceiro maior evento esportivo do mundo, atrás da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos –posto que também é reivindicado por outras competições, como o Super Bowl, do futebol americano, e a Fórmula 1. Ele previu uma audiência acumulada de 4,25 bilhões de telespectadores.
Nos Jogos de Tóquio, em 2021, o Brasil ficou em sétimo lugar no quadro de medalhas, com 72 pódios (22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes). A França ficou em décimo (11 de ouro, 15 de prata e 28 de bronze). Desta vez, o objetivo da equipe anfitriã é ficar entre os oito melhores.