A Assembleia Geral da ONU reafirmou, nesta quarta-feira (30), com ampla maioria, seu pedido para que os Estados Unidos encerrem o embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba. Na votação, 187 nações manifestaram-se favoráveis, enquanto apenas duas — Estados Unidos e Israel — votaram contra, e a Moldávia optou pela abstenção. Porém esta resolução é não vinculante, ou seja, os Estados Unidos não é obrigado a acatar.
O embargo norte-americano contra Cuba teve início em 1960 e foi progressivamente ampliado ao longo dos anos. Em 2000, houve uma flexibilização para permitir o envio de alimentos e produtos humanitários à ilha, mas as sanções continuam a impedir a maioria das operações. Depois da votação, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Eduardo Rodriguez Parrilla, afirmou que o apoio majoritário “reafirma o direito de nosso povo e de todos os povos de defender sua independência, soberania e autodeterminação, sem interferências e intervenções estrangeiras”.
Após a votação, o embaixador dos EUA na ONU, Paul Folmsbee, defendeu o embargo, afirmando que ele é “parte de um esforço mais amplo para promover a democracia e os direitos humanos em Cuba”. Em contraste, o ministro brasileiro Mauro Vieira destacou os impactos negativos do embargo, ressaltando que “as severas sanções […] contribuíram ainda mais para exacerbar a situação, impedindo uma resposta adequada à crise humanitária gerada pelo furacão Oscar”.